Rui Tavares discute este sábado a criação de um novo partido

Eurodeputado reconhece que até às eleições europeias, em Maio, “o tempo é curtíssimo”.

O eurodeputado Rui Tavares promove este sábado, num hotel de Lisboa, um encontro com os que se reconhecem na necessidade de criar um novo espaço político à esquerda.

Na semana passada, Rui Tavares afirmou ao PÚBLICO que existe em Portugal "uma maioria sociológica de esquerda", mas que o país se arrisca a ter em 2015 um governo de maioria PS/PSD e que não hesitará em alterar a Constituição. Essa preocupação, diz Rui Tavares, é comum à esquerda e deve levar a esquerda a ser capaz de dialogar.

"Em Portugal, a direita converge e a esquerda não consegue", analisa Rui Tavares, que questionado sobre a possibilidade de criar um novo partido ainda antes das eleições europeias, que decorrem em Maio, reconhece que "o caminho está cheio de dificuldades, o tempo é muitíssimo curto, mas o debate já foi introduzido".

Sem revelar quantas pessoas espera na reunião e de que quadrantes políticos e sociais, o eurodeputado eleito como independente pelo Bloco de Esquerda, e que posteriormente transitou para os Verdes europeus, assinala que o movimento que pretende desencadear não tem "obrigatoriamente" de se fazer notar já nas próximas europeias, agendadas para o próximo ano.

"A Europa é de facto questão central e muito fracamente debatida na política nacional. Precisamos de vencer o défice democrático nas questões europeias. As europeias, se os calendários eleitorais se mantiverem, deveriam ser encaradas como a pedra-de-toque de um programa alternativo para governar", disse em declarações à Lusa, reclamando um entendimento à esquerda para o sufrágio europeu.

Na semana passada, o deputado Francisco Assis – nome que tem sido apontado no interior do PS para cabeça de lista às europeias – disse que veria com interesse que Rui Tavares integrasse as listas dos socialistas, mas o eurodeputado descolou-se, de imediato, dessa possibilidade.

"Não estou interessado num lugar nas listas do PS para as europeias. Tenho muitas proximidades com o PS, BE e PCP em questões sociais, mas fui bastante crítico do Tratado Orçamental, que considerei um monstro contra a União Europeia e que o PS aprovou”, afirmou ao PÚBLICO. 

Rui Tavares foi eleito deputado ao Parlamento Europeu pelo BE, partido com que viria a romper em 2011. Actualmente, integra o Grupo dos Verdes. 
 
 
 
 
 
 

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