Rio pede "bom senso" para evitar "um choque brutal"

Rio pediu bom senso aos líderes europeus e disse que era cedo para falar de presidenciais

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Rui Rio

Rui Rio defendeu este sábado a necessidade de existir bom-senso nas lideranças europeias ma gestão da crise política provocada pela indefinição sobre as soluções para a dívida grega.

"Tem de haver aqui bom senso de parte a parte. Espero que haja bom senso da Europa, e particularmente da Alemanha, e também bom senso da parte da Grécia. Se não houver bom senso de uma das partes, isto é um choque brutal. A saída da Grécia é um choque brutal, o não pagamento da dívida é um choque brutal, o colapso da economia grega é um choque brutal", afirmou o ex-presidente da Câmara do Porto, à margem de uma conferência em Barcelos sobre gestão autárquica, noticiou a Agência Lusa.

Para Rui Rio, "tem de haver da parte da Europa um esforço no sentido de entender o que aconteceu na Grécia", mas a Grécia também "tem de entender que tem compromissos que assumiu e que tem de cumprir". E lembrou que "o povo grego sofreu muito" e que expressou a sua "revolta" através do voto, dando a vitória ao Syriza: "Temos de ser capazes de entender essa revolta, na medida do possível. Se formos muito firmes, se houver um grande braço de ferro, quer de um lado quer do ouro, vai correr mal.".

No plano político interno, Rio recusou-se a falar aos jornalistas sobre uma eventual candidatura à Presidência da República: "É um tema de que se fala muito, mas eu não, nunca falei sobre ele. Ainda é muito cedo

Nas declarações aos jornalistas, Rio defendeu a regionalização. “Todos nós temos noção de que o país como está não está bem. A forma como foi gerido ao longo dos últimos anos, da última década ou até das duas últimas décadas também não está bem. Trouxe-nos para um endividamento brutal, trouxe-nos para uma enorme despesa pública e uma fraca eficácia", referiu.

Por isso, Rio considera que é necessário pensar "numa forma diferente de governar o país", aproximando as decisões e os decisores: "Decidimos tanto melhor quanto mais próximos estivermos do problema.” E sublinhou que o período eleitoral deve debater a regionalização.

Lembrou, no entanto, que a implementação da regionalização carece de "um longo período" de debate e admitiu que o actual período pré-eleitoral pode ser adequado para se falar sobre o tema.

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