PSD e CDS rejeitam “divergências insanáveis”

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Marco António Costa Nuno Ferreira Santos

O coordenador da comissão permanente do PSD Marco António Costa afirmou esta terça-feira que “em democracia e em política não existem divergências insanáveis”, a razão alegada pelo líder do PS para não ter chegado a acordo com o Governo sobre a estratégia orçamental. A mesma ideia foi sublinhada por Nuno Magalhães, vice-presidente do CDS. Os dirigentes dos dois partidos renovaram os apelos ao compromisso com o PS.

À margem de uma reunião da comissão permanente do PSD, Marco António Costa começou por manifestar “profunda preocupação pela intransigência demonstrada pelo PS na procura de um compromisso concreto e efectivo em matéria de estratégia orçamental, económica e social para o período pós-troika”. O porta-voz do PSD reagia ao desfecho do encontro de mais de três horas entre o líder do PS e o primeiro-ministro, na segunda-feira à noite, e que terminou sem qualquer entendimento.

O momento foi sublinhado. “Esta posição do PS acontece numa ocasião em que Portugal recebe o apoio do Governo alemão, que se manifesta disponível para fazer tudo o que estiver ao seu alcance para ajudar a dar continuidade ao processo de recuperação da economia e do emprego em Portugal”, disse Marco António Costa, assegurando no entanto que o partido não desiste de apelar a consensos. Já antes, o eurodeputado Paulo Rangel criticara o PS com palavras duras, acusando o partido de ter uma atitude “radical” e “extremista”.

No tom semelhante ao do PSD, Nuno Magalhães disse que “tudo é sanável na vida política”. “O PS diz que não a quase tudo, mas não sabemos o que propõe”, afirmou.

Questionado sobre se a falta de acordo com o PS tem implicações numa possível "saída limpa" do programa de resgate, Magalhães faz a ligação entre os dois aspectos. “Quanto maior o grau de compromisso, melhor será a capacidade de Portugal fazer ouvir a sua voz na Europa e a vida dos portugueses será melhor”, disse Nuno Magalhães, que é também líder parlamentar.

PS não irá patrocinar a fuga do Governo às suas responsabilidades
Já o PS disse que não vai "patrocinar" a "fuga do Governo às suas responsabilidades", reiterando que não vai pactuar com uma "estratégia orçamental errada".

"Em política não vale tudo. O PS não irá patrocinar a fuga do Governo às suas responsabilidades. Ao fim de três anos, o país enfrenta uma situação económica muito difícil. Ao fim de três anos, mais precisamente de 33 meses, o desemprego em Portugal supera os 800 mil desempregados. A dívida pública ultrapassa os 128%. O défice público está longe de atingir os resultados pretendidos", declarou Eurico Brilhante Dias, membro do Secretariado Nacional do PS, numa declaração aos jornalistas na sede do partido, em Lisboa, citada pela agência Lusa.

O secretário nacional lembrou ainda que existe "consenso" em Portugal sobre uma "consolidação orçamental sustentável", recordando que o PS assinou o tratado orçamental europeu e deu luz verde à lei de enquadramento orçamental.

"O consenso em torno da consolidação orçamental sustentável em Portugal tem um amplo apoio social e político. E hoje, em Berlim, a chanceler alemã reconheceu que o maior partido da oposição em Portugal assume os seus compromissos, honra os seus compromissos, e por isso esta posição do PS fortalece Portugal num momento difícil", disse o dirigente socialista.

Com Lusa

 

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