PCP culpa anterior Governo por falta de resposta dos hospitais

PSD acusa comunistas de fazer "aproveitamento político" de "tragédias"

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Em resposta, o PSD criticou a bancada comunista por optar por uma “política primitiva” Daniel Rocha/Arquivo

As recentes mortes nos hospitais por alegada falta de resposta dos serviços levaram o PCP a responsabilizar a anterior maioria PSD/CDS pelo desinvestimento no Serviço Nacional de Saúde. O caso da morte de um jovem por aneurisma no Hospital de São José, em Lisboa, veio a lume nas declarações políticas, na Assembleia da República, mas o PSD considerou que os comunistas estavam a fazer um “aproveitamento político” de uma “tragédia”.

O deputado João Ramos sustentou que a morte do jovem em São José se deveu à falta de profissionais “porque o anterior Governo cortou no valor pago nas horas de qualidade e de prevenção”. E citou outros casos de doentes que terão morrido por falta de assistência nos hospitais nas últimas semanas. A culpa é do anterior Governo, apontou. “Durante quatro anos, o Governo PSD/CDS entendeu que o SNS deveria ser emagrecido. Foram anos de subfinanciamento e desmantelamento do SNS, de desinvestimento e de desvalorização dos profissionais”, afirmou, embora admita que “o caminho começou a ser trilhado antes”.

Em resposta, o social-democrata Miguel Santos criticou a bancada comunista por optar por uma “política primitiva”. “Está a utilizar a desgraça alheia para, com base em considerações não apuradas, fazer este aproveitamento político. Decorre um inquérito, pelo seu Governo [PS, com apoio de BE, PCP, PEV], com vista ao apuramento das circunstâncias ocorridas”, apontou o deputado do PSD. O social-democrata viria a ter resposta à sua crítica por parte da bancada bloquista. “Lançar um anátema sobre o SNS foram as políticas que provocaram ruptura nestes serviços, reduzido orçamento atrás de orçamento. Os hospitais estão no limite da sua capacidade de resposta. Quem lançou o anátema foi quem os colocou neste limite de resposta", afirmou Moisés Ferreira do BE.

Depois de João Ramos assumir que o PCP “está a contribuir para a mudança de políticas”, ouviu-se o deputado socialista sustentar que com o novo Governo se abre um novo período de esperança. O deputado elencou as medidas tomadas "em um mês e meio” pelo Executivo de António Costa: reduziu taxas moderadoras, contratualizou com mais médicos diferenciados, introduziu mais consultas de especialidade nos centros de saúde, reforçou os cuidados, nomeadamente na área da saúde oral.

Pelo Partido Ecologista Os Verdes, José Luís Ferreira concordou com a responsabilização do anterior governo pelo estado a que a saúde chegou. “A acção do Governo PSD/CDS baseou-se nos cortes cegos, encerramento de serviços, preocupação com os interesses privados e em empurrar os custos para o utente. Hoje, há de facto sinais de mudança”, disse. 

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