No Parlamento, nem gregos nem troianos

Nada a ver com a Grécia ou com a perigosa crise do euro. Mas no Parlamento português as decisões relacionadas com o registo de abusadores de menores e da lei do aborto tiveram, ontem, o condão de não agradar especialmente a ninguém. No caso do aborto, as propostas (que incluíam uma revisão parcelar da lei) não foram votadas, mas sim remetidas para a comissão respectiva, de onde sairão não se sabe como nem quando. No caso do registo de abusadores de menores, apesar de a proposta da ministra prever que os pais poderiam ter acesso aos registos na sua área, essa possibilidade foi eliminada pela maioria governamental, sendo substituída por outra opção mais vaga: os pais podem perguntar se há um pedófilo na sua área de residência, e, dizem os críticos desta solução, se lhes for respondido “sim” acabarão a suspeitar de toda a gente. Talvez pela proximidade das férias ou do fim da legislatura, não se agrada a gregos nem a troianos.

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