Nem no açúcar nem no sal se entendem

Ministério da Saúde diz que a taxa sobre o sal e o açúcar é já para 2015. O da Economia diz nem pensar.

Rapidamente a falta de comunicação entre os membros do Governo se transforma em polémica. No briefing do Conselho de Ministros no início desta semana, a ministra das Finanças aventou para a possibilidade de o Governo poder vir a equacionar novas medidas de austeridade, do lado da receita, caso as poupanças conseguidas com a racionalização da despesa não sejam suficientes para baixar as dívidas acumuladas na Saúde. Maria Luís Albuquerque deu dois exemplos: uma tributação especial para a indústria farmacêutica e outra sobre produtos que têm efeitos nocivos para a saúde.

A ministra não chegou a especificar quais são os produtos com efeitos nocivos para a saúde. Os jornais desta semana avançaram com várias hipóteses que poderiam ser plausíveis: o tabaco, o álcool ou os produtos alimentares com alto teor de gordura, sal ou açúcar. Até que o secretário de Estado adjunto do ministro da Saúde veio esclarecer o assunto: afinal, a taxa iria incidir sobre bebidas e alimentos sólidos embalados com quantidades de sal e de açúcar superiores a determinados níveis, ainda a definir. E até avançou com uma data (2015) para começar a tributação.

Quando se pensava que o assunto estaria arrumado, aparece então o ministro da Economia a afastar qualquer hipótese de haver uma taxa sobre produtos com excesso de sal e açúcar, classificando de “fantasma” e de “especulação” as informações que dizem o contrário. Diz que o assunto nem sequer chegou a ser discutido em Conselho de Ministros.

Conclusão: temos o Ministério da Saúde a dizer que em 2015 vai haver uma nova taxa sobre produtos com demasiado sal e açúcar; e temos o Ministério da Economia a dizer que o que diz o seu colega de Governo é uma especulação. É caso para perguntar: em quem devemos acreditar?
 

  

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