A ministra da Justiça escusou-se hoje a comentar a demissão do ministro Paulo Portas até haver uma comunicação institucional, tendo justificado com compromissos de agenda a sua ausência da tomada de posse da titular das Finanças.

“Para já aguardo institucionalmente, como é suposto, a devida comunicação. Depois disso estarei naturalmente disponível para fazer todas as declarações que entenderem, mas não até lá”, disse Paula Teixeira da Cruz à Lusa, à margem da cerimónia de encerramento da conferência final do projecto E-MARIA (European Manual on Risk Assessment), em Lisboa.

Questionada sobre se a demissão do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros põe em causa a sustentabilidade do Governo, Paula Teixeira da Cruz optou pela mesma resposta, mantendo que só reagirá quando houver uma comunicação institucional sobre a saída de Paulo Portas.

Já sobre a sua ausência da cerimónia de tomada de posse da nova ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, a ministra da Justiça justificou que já há muito tempo tinha agendado a sua presença na conferência.

“Entre um ato formal e um ato substancial pareceu-me mais importante” estar na cerimónia de encerramento do projecto E-MARIA, disse a governante.

"Já tinha confirmado estar aqui e naturalmente que não alterei. Dei nota disso a quem devia dar e portanto aqui estou a discutir questões de muita valia para a nossa sociedade”, disse Paula Teixeira da Cruz, pedindo que se desse mais importância ao projecto E-MARIA do que à “espuma dos dias”.

O projecto E-MARIA trata de situações de acolhimento em momentos limite da dignidade humana, no caso violência contra mulheres.

“Peço-vos que passem esta mensagem, que é bem mais importante do que estar numa fila”, rematou a ministra, numa alusão à cerimónia de tomada de posse de Maria Luís Albuquerque como responsável pela pasta das Finanças.