Media Capital nega estar à venda e melhora resultados

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O grupo Media Capital, dono da TVI e da Rádio Comercial, entre outras estações e títulos, rejeita que esteja à venda e prefere realçar a melhoria dos resultados do primeiro semestre deste ano. Os resultados operacionais de 13,8 milhões de euros representam um aumento de 18% em relação ao período homólogo, enquanto os lucros líquidos de 7,09 milhões de euros significam uma melhoria de 30% em comparação com o ano passado.

Entretanto, fonte da Media Capital afirmou ao PÚBLICO que as notícias de que a Prisa está interessada em vender o grupo português são “pura especulação” e “rumores” sem fundamento.

Sobre os resultados comunicados esta tarde pela Media Capital à CMVM, Pedro Mendes, responsável pelas relações com investidores, disse ao PÚBLICO que os proveitos beneficiaram muito da melhoria do mercado publicitário: os 56,6 milhões de euros facturados em publicidade representaram um crescimento de 17% face ao período homólogo. Os números mostram também um ganho de quota de mercado pela Media Capital, uma vez que o mercado terá crescido 14%. Só no segundo trimestre, o grupo facturou mais 26% do que no período homólogo do ano passado.

Apesar destes francos progressos na publicidade na primeira metade do ano, Pedro Mendes prevê que o mercado abrande o ritmo de crescimento nos segundos seis meses. Mas diz acreditar que o pior da crise, em que se chegou a mínimos históricos do peso da publicidade no PIB, já passou.

De acordo com a informação enviada à CMVM – Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, a Media Capital registou um total de rendimentos operacionais consolidados de  89 milhões de euros, o que representou uma subida homóloga de 2%, sobretudo devido à subida da facturação publicitária. O EBITDA melhorou 9%, para os 18,1 milhões de euros, com uma margem de 20,4%.

A televisão continua a representar a fatia de leão nos proveitos. Apesar de manter a liderança nas audiências e de ter aumentado a facturação publicitária, a verdade é que os gastos operacionais também cresceram. O resultado operacional de 13,6 milhões acabou por ser 8% inferior ao que registara no ano passado (14,7 milhões).

Embora com uma expressão muito inferior, o desempenho do sector da rádio foi bastante positivo: os rendimentos operacionais subiram 10% (para 7,8 milhões de euros) e os resultados operacionais cresceram 45% para 1,2 milhões de euros.

Na área da produção audiovisual, que foi alvo de uma reestruturação durante o último ano e meio e ainda teve custos de indemnização associados, as despesas foram comprimidas em 9%, para 20 milhões de euros, e os rendimentos subiram 4% para os 20,2 milhões.

As áreas do digital, música e eventos tiveram também maus resultados, com um resultados operacional a cair 69% para 293 mil euros.

Quanto à dívida financeira, esta subiu 2% de 110,8 milhões de euros em Dezembro para 113 milhões em Junho, ao passo que a dívida líquida se situa nos 111 milhões de euros. Porque, explica Pedro Mendes, o grupo pagou dividendos de 9,8 milhões de euros já este ano. O responsável pelas relações com os investidores salienta, no entanto, que a dívida do grupo terá custos mais baixos na segunda metade do ano porque a Media Capital está a em processo de refinanciamento. Para isso, lançou um empréstimo obrigacionista de 75 milhões de euros com maturidade de cinco anos.

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