Livre recolheu 4300 assinaturas e quer ter um líder "rotativo"

Conforme o tema, conforme o líder. Assembleia Constitutiva decidiu que o líder do partido será um porta-voz escolhido a partir de um órgão interno e em sintonia com o tema espcífico que esteja a ser abordado, sendo portanto um cargo "rotativo".

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Rui Tavares continua a ser um dos rostos do novo partido Rui Gaudêncio

O projecto de partido liderado por Rui Tavares já fez mais de metade do caminho. O actual eurodeputado disse este sábado que o Livre conseguiu reunir cerca de 4300 assinaturas em cerca de um mês e aponta para 31 de Janeiro a realização de um congresso fundador. A inscrição de um partido tem de ser requerida ao Tribunal Constitucional por, pelo menos, 7500 cidadãos eleitores.

O Livre, que realizou este sábado a sua Assembleia Constitutiva, em Lisboa, também já aprovou os estatutos do partido. Em linhas gerais, ficou definida a realização de eleições primárias abertas, como Rui Tavares defendeu desde o primeiro momento, e um sistema misto de direcção, composto por uma assembleia eleita em Congresso, mas cujas candidaturas são individuais, e por um “grupo de contacto”, um órgão de carácter mais executivo. O líder do partido será um porta-voz escolhido a partir desse grupo de contacto e em sintonia com o tema específico que esteja a ser abordado, sendo portanto um cargo "rotativo".

"Vai ser muito interessante, em 2015, quando as pessoas forem chamadas a escolher um pré-candidato a primeiro-ministro", disse ao PÚBLICO Rui Tavares.

O eurodeputado que foi eleito pelo BE ao Parlamento Europeu  considerou que a partir do momento em que se rompe “a vergonha um bocadinho absurda” de se constituir um partido, resta trabalhar para a convergência no “meio da esquerda”, espaço político que diz querer ocupar.

Na mesma semana em que foi apresentado publicamente o manifesto 3D - cujos promotores são, entre outros, Carvalho da Silva, Daniel Oliveira e José Reis - Rui Tavares, que já tinha expressado "contentamento" pela criação do movimento, disse ao PÚBLICO que não assinou o manifesto. Mas que o Livre decidiu integrar nos seus "princípios orientadores" uma alínea em que afirma rever-se no espírito do manifesto 3D.

Sobre a multiplicação de iniciativas à esquerda que pedem convergência, o historiador diz que acontece porque "estava tudo paralisado". "Havia uma capa de verniz por cima dos partidos que dizia que estava tudo bem, mas sabíamos que não estava. Agora, é natural que isto aconteça".

Este sábado, no Facebook, e sem qualquer referência à Assembleia Constitutiva do Livre, o ex-líder do Bloco, Francisco Louçã, com quem Tavares entrou em ruptura em Junho de 2011, escreveu que há “cada dia mais confusão, a unidade é o argumento para novas divisões e para apoiar os que temos a certeza que farão uma esquerda de direita no seu primeiro dia de governo, tudo na mesma”.

 

 
 
 
 
 
 
 
 

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