Jerónimo de Sousa nega “êxito” na redução do défice

O pagamento da dívida agrava as condições de vida dos portugueses e empurra o país para o empobrecimento alertou o líder do PCP

Foto
Jerónimo de Sousa Raquel Esperança

O empobrecimento do país “veio para ficar”, e por muito que Governo fale em desenvolvimento e milagre económico, não altera a realidade.

“É preciso descaramento”, diz o líder comunista, Jerónimo de Sousa, acusando Pedro Passos Coelho de “manipulação das estatísticas”, para transmitir a ideia de que o desemprego diminui. O que está em marcha, sublinha, é o “espalhafato” da máquina de propaganda para assegurar a continuação das mesmas politicas no pós-Troika

Na cooperativa COOPFA, em Faro, com sala cheia, e bandeiras no ar, Jerónimo de Sousa pediu o empenho dos militantes na campanha para as eleições Europeias. O milagre económico de que fala o ministro da Economia, Pires de Lima, “é só para os senhores do dinheiro, os grandes accionistas”. Por conseguinte, lançou um apelo à na necessidade de “mudar de rumo” na governação. A assistência respondeu em coro. “Está na hora, está na hora …”. A redução do défice e o pagamento da dívida a “mata cavalos”, sob a orientação de um programa cautelar, afirmou, representa a “continuação da Troika por outros meios”.

O défice das contas públicas, previsto para a casa dos cinco por cento do PIB, na opinião dos comunistas, não constitui o “êxito” que o Governo diz ter alcançado. “Se houvesse o mínimo de decoro, evitavam tanto espalhafato, e pediam desculpa pelo colossal aumento da carga fiscal sobre os trabalhadores e os reformados”, enfatizou. Essa medida, sublinhou, “significou mais 35 por cento de aumento de IRS relativamente a 2012”. Em sentido inverso ao “empobrecimento” das camadas mais desfavorecidas, permitiu-se que as “25 maiores fortunas do país tivessem aumentado a sua riqueza em 16 por cento em apenas e um ano, e o número de novos milionários tivesse crescido mais de dez porcento”. Os comunistas dizem-se empenhados numa “mudança de rumo”, protagonizado por “governo patriótico e de esquerda, com a presença do PCP”. Quando chegar esse dia, promete Jerónimo de Sousa, “o que foi roubado aos trabalhadores e ao povo, é para ser devolvido”.

Sugerir correcção
Comentar