ERC abre novo processo para saber se existiu “saneamento político” na RTP

Declarações de Nuno Santos no Parlamento motivam novo “inquérito sem fim à vista”.

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Nuno Santos esteve esta semana no Parlamento Enric Vives-Rubio

A Entidade Reguladora para a Comunicação Social vai abrir mais um inquérito relacionado com o caso das imagens da RTP, mas desta vez para perceber se de facto terá havido “saneamento político” nesta polémica, como acusa Nuno Santos.

A decisão foi tomada esta sexta-feira pelo conselho regulador, mas só será formalizada na próxima reunião daquele órgão, marcada para terça-feira, dia 11. “As declarações de Nuno Santos na Assembleia da República e os acontecimentos dos últimos dias fazem com que tenhamos de ver se há alguma coisa anormal na RTP”, explicou Carlos Magno aos jornalistas, ao início da noite.

Na quarta-feira, Nuno Santos afirmou no Parlamento estar envolvido num “caso de saneamento político travestido de uma decisão de gestão”. Falou num “golpe de mão” e disse que “alguém quis fazer um servicinho”, entre outras críticas à actuação do conselho de administração e dos serviços jurídicos.

Também deixou no ar dúvidas sobre o papel do director-geral de conteúdos, Luís Marinho, a quem disse ter informado sobre o caso das imagens, de modo vago, no dia 16, e depois com detalhe, no dia 19. Porém, vincou, apesar da gravidade do assunto, Luís Marinho acabou por só informar o presidente da empresa 30 horas depois.

“A partir do momento em que alguém coloca as coisas nestes termos”, considera Carlos Magno, “a ERC tem a obrigação de actuar e abrir um outro inquérito em separado”. Será um “inquérito sem fim à vista, mas também importante, sobre o que se passou na RTP à volta deste caso”.

Também neste caso o presidente do regulador quer ouvir toda a gente – e avisou disso mesmo Luís Marinho, nesta quinta-feira, à saída da sua audição no âmbito do inquérito que já está a decorrer a propósito do acesso a imagens não emitidas captadas pela RTP.

O objecto deste novo inquérito será definido para tentar responder a várias perguntas, como “se é verdade a denúncia de Nuno Santos, se é possível que tal aconteça na RTP e como se faz”, enumerou Carlos Magno. O presidente da ERC reconhece que este segundo inquérito “é mais complexo, mais teórico, sobre matéria mais complicada” e por isso admite que “acontecerá a outro ritmo”.

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