Cruz Vermelha nega relação de favor com Estado a propósito da auditoria do TC

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O presidente da Cruz Vermelha promete “preços especiais” e “sem espera” Carla Carvalho Tomás

O Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa (HCVP) negou nesta segunda-feira que haja qualquer relação de favor com o Estado ou que esteja em causa a sustentabilidade financeira da instituição, a propósito de uma auditoria do Tribunal de Contas.

“A relação da Cruz Vermelha Portuguesa com o Estado não é, nem nunca será, uma relação de favor”, e o acordo celebrado “baseia-se na disponibilidade em tratar doentes em espera” no Serviço Nacional de Saúde (SNS), em particular de cirurgia cardíaca, diz a Cruz Vermelha num comunicado assinado pelo presidente da instituição, Luís Barbosa.

O Tribunal de Contas identificou médicos que encaminhavam crianças da Maternidade Alfredo da Costa para serem operadas no HCVP, onde também trabalhavam, situação relatada numa auditoria à execução de um acordo que existe entre o HCVP e a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARS-LVT).

No mesmo documento, concluiu que o Estado teria poupado 30 milhões de euros se os doentes encaminhados para o HCVP, entre 2009 e 2011, tivessem sido tratados no SNS.

Na tarde desta segunda-feira o Ministério da Saúde revelou que, até Julho, gastou perto de um milhão de euros com o encaminhamento de doentes para o HCVP e sublinhou a “contenção efectuada nos últimos anos” nessa matéria.

No comunicado, a Cruz Vermelha salienta que cabe ao Ministério da Saúde avaliar as necessidades e garantir respostas, que “não constituem uma mera avaliação financeira ou contabilística mas antes a resposta a uma necessidade”.

A esse propósito, a Cruz Vermelha fala de uma “auditoria internacional e independente” feita a pedido da ARS-LVT e no âmbito da qual foram detectados, este ano, “centenas de pacientes em listas de espera por períodos superiores a três anos”.

O relatório citado pelo comunicado da Cruz Vermelha conclui que a continuação de um contrato básico com um Hospital semipúblico, como o da Cruz Vermelha, “faz sentido e deve ser mantido como apoio”, diz Luís Barbosa.

“Importa salientar que o peso de doentes do SNS na produção do Hospital é de apenas cinco por cento, sendo completamente marginal no equilíbrio financeiro”, diz ainda, concluindo: “A Cruz Vermelha Portuguesa reafirma a sua total disponibilidade e do seu Hospital, no âmbito da sua missão, para aceder a todas as solicitações que se impõem em tempos tão difíceis como este”.

 

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