O candidato europeu comunista e o secretário-geral do PCP deram nesta quinta-feira as boas-vindas à luta aos novos eleitores da CDU, que antes votaram PSD ou CDS-PP e aos "socialistas apreensivos", congratulando-se por faltar só "um passinho".

"Daqui queremos dirigir uma mensagem aos muitos e muitos que tomaram a decisão de, pela primeira vez, votar CDU, a todos aqueles que estão cansados de falsas promessas. A esses dizemos ´bem vindos' à luta, pela construção de um futuro melhor. Daqui nos dirigimos também aos eleitores do PS, apreensivos e com razões, perante a possibilidade de mais uma vez o seu voto ajudar a levar a água ao moinho da direita", declarou o eurodeputado João Ferreira.

Jerónimo de Sousa, num comício bastante concorrido e alterado para as instalações da bracarense Junta de Freguesia de São Vicente devido à iminência da chuva, contou um episódio de uma pessoa que lhe tinha dado um abraço e dito que diria "as mesmas coisas" que o deputado comunista diz se estivesse na Assembleia da República, mas, "por qualquer razão, ainda não sabe porque não vota CDU".

"Isto é um exemplo vivo de gente que está connosco, mas a quem falta dar um passinho. Esse passinho têm que o dar com a vossa ajuda para que tenhamos um grande resultado no dia 25 de maio", disse o secretário-geral do PCP, adiantando que faltam poucas centenas de votos para a CDU passar de dois para três mandatos em Bruxelas e Estrasburgo.

Jerónimo de Sousa, à semelhança de João Ferreira, voltou a apontar baterias ao PS e à liderança de António José Seguro por os socialistas terem "a assinatura" nas políticas da austeridade e admitirem compromissos com os social-democratas.

"Ainda hoje, na campanha, no Porto, Seguro afirmava que o PS era o único que poderia derrotar o Governo. Estranha forma de derrotar o Governo quando o mesmo Seguro admitiu acordos de incidência parlamentar ou governamental. Isto, trocado por miúdos, quer dizer que o mesmo PS que diz que quer derrotar o Governo é o que diz que se quer entender com a direita, designadamente com o PSD", lamentou.

O líder comunista incitou os militantes e apoiantes da coligação que junta ainda "Verdes" e Intervenção Democrática a sentirem-se "mais um candidato da CDU para ganhar mais um vizinho, mais um amigo, mais um companheiro na fábrica, no café, na família", até domingo.

"Não confiemos nas sondagens e que isto está no papo. Temos de continuar esta batalha", afirmou.