Cartas ao director

Marcelo e os sem abrigo

Marcelo Rebelo de Sousa visitou os sem-abrigo da região de Lisboa, no centro de apoio montado pela edilidade alfacinha. Banhos quentes, comida e roupa não chegam para aquecer os corações dos deserdados. A atitude do Presidente da República (PR) devia ter a consequência de um sério debate nacional para acabar com esta vergonhosa situação. 

Quarenta e dois anos após o 25 de Abril as pedras da calçada servem de colchão aos moradores das ruas. O trabalho dos voluntários é grandioso. Contudo, cabe ao Estado desenvolver um plano nacional para acolhimento dos semabrigo .Ao ver as imagens da visita do PR veio-me à memória os milhares de milhões de euros injectados na banca nacional.

Ademar Costa, Póvoa de Varzim

 

Governo caro

Este governo da geringonça é caro e mau. Caro, porque nasceu a custar mais 13% do que o anterior: mais pessoal e mais mordomias; mas também por causa dos juros da dívida pública que no governo anterior estavam a pouco mais de metade com tendência para descer, porque mereceu a confiança que este destruiu.

Há poucos anos, D. Manuel Martins afirmou: "a alma do povo está doente"! Este governo vem agravando essa doença, porque vem afastando o povo de Deus. E isso é mau, tem graves consequências, como nos ensina a história!

Cândido Morais, Braga

Tempos  extraordinários

Vivemos um tempo extraordinário. Quem vaticinaria há uns anos que o Presidente da China, o Xi Jinping, defenderia o livre comércio frente ao proteccionismo jurássico do Presidente dos EUA? No Fórum de Davos o dirigente chinês não só defendeu a globalização e o comércio livre como prometeu a abertura ao investimento estrangeiro de sectores até ao momento reservados ao capitalismo chinês (telecomunicações, banca, seguros, fabricação de equipamento ferroviário, motos, processamento de combustíveis e recursos mineiros).

O capitalismo vive hoje um momento crucial, sem que exista uma alternativa provada, pois o capitalismo de Estado faliu estrondosamente em 1989! As transnacionais mudaram-se para os países de mão-de-obra barata e sem direitos sociais, e a livre circulação de capitais levou o mundo  a um estado de imoralidade social que importa reverter sob pena de consequências dramáticas. Hoje os oito multimilionários mais ricos possuem a mesma riqueza que  metade da humanidade mais pobre!

Os países beneficiários da globalização, com a China e a India, criaram uma classe de milionários que convivem com centenas de milhões de pobres que vegetam ao nível da subsistência. O livre comércio tem que ter a outra face da moeda, isto é, direitos sociais e liberdade, além de um controlo do capital financeiro.  Xi Jiping tem a possibilidade de ficar para a história como o homem que salvou o capitalismo e a humanidade, caso liberte a sociedade chinesa das suas grilhetas e resolva a criminosa desigualdade social do seu país.  Quanto a. Trump e seu alter-ego . Putin  são dois casos perdidos!

Ezequiel Neves, Lisboa

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