Aparelho socialista afasta-se de Seguro, distrital a distrital

Secretário-geral acusa António Costa de ser o responsável pela "queda brutal" do PS nas últimas sondagens.

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Seguro: as novas medidas anunciadas pelo Governo só “conduzem à pobreza” Miguel Madeira

Depois de Portalegre e Castelo Branco foi a vez das distritais socialistas de Évora e Faro aprovarem moções solicitando à presidente do PS a convocação de eleições directas e congresso extraordinário.

Ao que o PÚBLICO apurou, no Algarve, a proposta passou na comissão política distrital com 34 votos a favor e oito votos contra. No caso de Portalegre, a moção teve o apoio de 83% dos elementos da comissão. Que fez ainda aprovar o seu apoio à candidatura à liderança de António Costa. O caso de Faro é relevante uma vez que o actual líder, António Eusébio, é um dos apoiantes do actual secretário-geral António José Seguro.<_o3a_p>

Estas votações fazem parte da estratégia para acelerar a disputa interna que está a ser levada a cabo por apoiantes de António Costa. Neste momento, contabilizam-se assim quatro moções a apelar às directas no PS. Número ainda insuficiente para espoletar o processo, uma vez que, de acordo com os estatutos do PS, é necessária que a maioria das distritais – que represente também a maioria do universo de militantes – aprove a convocação. Faltam, portanto, sete distritais para que tal aconteça.<_o3a_p>

O início da próxima semana assistirá a mais reuniões distritais com o tema do congresso extraordinário na agenda. No Porto será já amanhã, sendo que nos dias seguintes o mesmo deverá suceder em Vila Real, Braga, Leiria, Açores, Guarda.<_o3a_p>

A aprovação de moções distritais apelando à convocação de um congresso extraordinário é uma das três alternativas que existem estatutariamente. As restantes implicam a sua convocação pelo secretário-geral – que Seguro já fez saber que não fará – ou através de uma votação na Comissão Nacional.<_o3a_p>

A leitura, entre os socialistas ouvidos pelo PÚBLICO, aponta para um chumbo da proposta de convocação de congresso extraordinário que António Costa tenciona levar à Comissão Nacional de Ermesinde no dia 22 de Junho. <_o3a_p>

Daí que, para a facção costista, a aposta no combate distrital seja a única solução possível para antecipar a disputa pela liderança antes de 28 de Setembro, a data aprovada para as primárias socialistas.<_o3a_p>

Mas o braço de ferro entre Seguro e Costa não se faz apenas nas federações. Nos últimos dias, as redes sociais têm sido o palco escolhido para a troca de acusações.<_o3a_p>

Ontem, o secretário-geral do PS, António José Seguro, reagiu com indignação, às sondagens do Expresso e do jornal i que apontavam para "uma queda brutal" do PS."Este é o resultado da irresponsabilidade do António Costa", escreveu no Facebook. O tom era violento e pessoal. "Os danos provocados ao PS devido à sua ambição pessoal! Um PS em queda, depois de termos ganho as eleições europeias e do Governo ter chumbado pela terceira vez no Tribunal Constitucional. Lamentável. O PS não merece isto!".<_o3a_p>

A resposta chegou através do líder da distrital de Lisboa, Marcos Perestrello. O socialista fez notar que nas europeias “o PS teve menos ainda que o resultado da sondagem”. E  destacava outro indicador da auscultação. "O mesmo universo considera de forma esmagadora que António Costa será melhor líder do PS."<_o3a_p>

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