António Costa promete “devolver” poder regional aos autarcas
O Governo, disse o candidato, “falhou em todos os domínios”. O relançamento da economia implica também conferir aos autarcas capacidade para definir a “estratégia regional”.
A reforma administrativa que António Costa defende passa por retirar ao Governo a tutela da direcção das comissões de coordenação e desenvolvimento regional (CCDR)s, devolvendo aos autarcas a capacidade de “definir a estratégia de cada região”.
A promessa deixada na noite de quinta-feira, em Loulé, tem particular significado no Algarve, depois ter gorado o processo da regionalização. “Os dirigentes das CCDR passarão a ser eleitos pelos autarcas”, acrescentou.
António Costa esteve no sul, em zonas onde o municipalismo e a regionalização assumem prioridade politica na agenda dos augarcas. O candidato levou consigo a mensagem de que é necessário “uma ruptura com a estratégia da pobreza”, relançando um conjunto de iniciativas para faze saltar a economia.
Num comício realizado no cine-teatro louletano, o presidente da câmara de Lisboa, depois de ter estado em Évora e Beja, apelou a uma “mobilização que leve o país para a frente, em crescendo até às eleições legislativas”. No Algarve, o mandatário da sua candidatura é o poeta Nuno Júdice, contando ainda com o apoio da escritora Lídia Jorge. Em Loulé, o presidente da Câmara, Vitor Aleixo, disse que tinha dado “corda aos sapatos” para averbar mais mil simpatizantes a votar nas primárias do PS.
Sobre as propostas de Seguro para a reforma do sistema politico, Costa recusou-se a comentar. A mensagem que pretendia fazer passar era a de que é preciso “recuperar a confiança no futuro, deixando de viver nesta angustia”.
O autarca anfitrião lembrou que o estrangulamento da Serviço Nacional de Saúde levou o município a substituir-se à administração central. “Tivemos de alugar casas para os médicos e disponibilizar viaturas”.
Por seu lado, Costa lembrou que a ministra da Justiça e o ministro da Educação vieram pedir desculpas pelos problemas que estão a surgir nas escolas e nos tribunais, reconhecendo os erros. “O Governo falhou em todos os domínios”, concluiu, acrescentando que os governantes que pediram desculpas, “estão desculpados, mas, por favor, parem de falhar”, rematou.