Cartas à Directora

Secou a agenda, mudou o sistema?

No meu ponto de vista as actividades económicas dividem-se, logo à partida, em dois segmentos: as que têm no fim da linha um consumidor e as que têm um contribuinte. Nas primeiras prima a excelência operacional, a criatividade e inovação e o sistema de valores baseia-se no mérito. Nas segundas, o fundamental é o relacionamento, as fidelidades inquestionáveis e a agenda de contactos. Não é muito relevante fazer mal ou bem, dado que, se necessário for, haverá sempre alguém a quem falar que arranjará uma solução.

O caso recente do grupo Espírito Santo parece ser uma situação de uma agenda de contactos riquíssima que empobreceu e já não resolve. Do que se conhece, é evidente uma enorme e pouco higiénica proximidade e promiscuidade entre o grupo e o poder, que administra o dinheiro dos contribuintes. Poucos dossiers públicos polémicos (e não polémicos, certamente) haverá que não tiveram a marca e o contributo do grupo.

O que penso assistir-se neste momento é que uma série de coisas mal feitas, deixaram de ter a habitual compensação/resolução pelo oportuno telefonema ao contacto poderoso. Esse poder, que no fundo não mais era do que a apropriação dos fundos do contribuinte, já não resolve.

O estranhamente coincidente desenvolvimento do “Monte Branco”, faz pensar ainda que o secar da agenda de Ricardo Salgado teve o efeito de acelerar o processo na justiça. A ser assim é muito, muito preocupante.

O colapso em curso terá largas e certamente graves consequências. Nem todos os envolvidos no sistema financeiro são bandidos sem escrúpulos a abater. Há empresas e outros actores que gerem valor real e palpável, que poderão entrar em sérias dificuldades. Sendo isso inevitável, a minha única esperança é que saia fortalecido, pelo menos em termos relativos, um sistema de valores em que a riqueza é criada e não usurpada.

Carlos J F Sampaio, Esposende

 

David contra Golias ou limpeza étnica?

A causa principal do recorrente conflito armado de Israel contra a Palestina, deriva da ocupação ilegal e brutal de parte do território palestiniano pelos israelitas. Estes usam força aérea e terrestre com armas letais, nesta mortífera matança, em que o objectivo é culminar uma campanha de décadas para limpar etnicamente o povo palestiniano. No ataque à faixa de Gaza, a população não pode fugir, está encurralada. A fúria da aviação ultramoderna israelita foi ao extremo da barbárie, bombardeando um hospital!, fazendo vítimas... Os judeus obtiveram um capital de simpatia mundial porque alvo doextermínio nazi. Agora, exterminam o povo palestiniano! Porque é que os crimes de guerra contra os palestinianos, perpetrados pelos israelitas nunca foram julgados pelo Tribunal de Haia? Porquê?

Vítor Colaço Santos, S. João das Lampas

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