cartas à Directora 21/08

Ortopedia geriátrica: um testemunho

Numa sociedade envelhecida como a nossa, e sem expectativas de que esta tendência se inverta (pelo contrário!), a medicina e a sociedade afirmam começar a despertar para a saúde, a prevenção da doença e a qualidade de vida da 3.ª idade. Mas, na realidade, quando estamos nos “oitenta”, e somos afetados pela doença, receamos que estas “boas intenções” não passem disso e sejamos tratados como “descartáveis”. Foi com esse receio que vivi, até há pouco tempo, uma degeneração dolorosa que quase me tirou a mobilidade, a autonomia e a vontade de viver. Com muito receio, decidi submeter-me a uma cirurgia para colocar uma prótese na anca e fi-lo na Unidade de Ortopedia Geriátrica do Hospital Sant' Ana (criada há 3 anos pelo Dr. Carlos Evangelista). Tive a boa surpresa de constatar que aqui as “boas intenções” são mesmo postas em prática pelos médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e restante equipa. Graças a esta intervenção e, sobretudo, ao Dr. Evangelista, recuperei a minha autonomia, resgatei a minha vida...e espero chegar aos noventa a jogar matraquilhos com os meus netos! Sinceramente, desejo que o meu testemunho encoraje os “idosos” que estejam em sofrimento e desacreditados a voltarem a dar “o benefício da dúvida” a quem nos trata.
Francisco Henriques,  São Domingos de Rana

 E se Ricardo Salgado fosse mesmo preso?

No dia 19 de Julho passado o jornal público publicou uma carta minha sob o título "E se Ricardo Salgado fosse preso?". Por casualidade, uns dias depois, o referido senhor, já na qualidade de ex-presidente executivo do BES (pequeno mas grande pormenor) foi detido para ser interrogado por um juiz, tendo saído  em liberdade mediante o pagamento de uma caução de 3 milhões de euros quantia que para ele representou, possivelmente, uns simples trocos. Em função de tudo o que ultimamente tem sido conhecido sobre a forma como Ricardo Salgado e a sua equipe efectuou a fraude no Grupo Espírito Santo, entendo que Ricardo Salgado e os seus cúmplices deveriam estar mesmo presos, aguardando em prisão efectiva a conclusão do inquérito que está a decorrer e a realização do respectivo julgamento. O lugar dos autores de fraudes como estas é, pura e simplesmente, na cadeia mas sem qualquer regalia especial. Se algo de semelhante tivesse sido realizado por um português comum, mesmo que o montante envolvido fosse muitas e muitas vezes inferior, por certo que esse cidadão não teria as mesmas chances de escolha que o juiz concedeu a Ricardo Salgado. É esta dualidade da justiça portuguesa que me entristece e revolta, especialmente depois de ter ouvido Ricardo Salgado dizer que está inocente (coitado!) e que vai lutar pela honra e dignidade dele e da família. Que grande lata!
Manuel Morato Gomes, Senhora da Hora

Um novo país

Eu não quero um novo banco gerado por obra e graça do espírito santo, eu quero novos gestores bancários, honestos e menos gananciosos. Eu anseio por novos políticos, transparentes, novos cidadãos, críticos, bem informados e exigentes. Eu sonho com um novo rumo que altere a vida miserável de muitos portugueses, enfim, eu quero um novo país, com uma justiça exemplar, competente e imparcial deixando de vez esta imagem de nação terceiro mundista.
Emanuel Caetano, Ermesinde

 PUBLICO ERROU

Ao contrário do que se escreveu na edição de ontem, não foi anunciado pela companhia de teatro Artistas Unidos a entrega da petição "Em defesa do projecto cultural dos Artistas Unidos", foi o colectivo informal que "se representa a si mesmo e não teve sequer a colaboração dos Artistas Unidos (que se têm mantido compreensivelmente em silêncio)", como informou Pedro Jordão, signatário da petição. Aos visados as nossas desculpas.

 

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