Cartas à Directora

As Presidenciais vão ser só bater em Marcelo?

Será que a campanha para as Presidenciais, que graças ao ainda actual ocupante de Belém – felizmente já por muito mais pouco tempo – só agora de facto têm tempo para ir começando a dar os primeiros “efectivos” passos, vai ser toda, unicamente, a bater no Marcelo?

Se for, de facto é capaz de ser muito, mas muito pouco. E mais um tempo de crispação como o que estamos a viver neste nosso País, principalmente desde os resultados de 4 de Outubro e com a demora exagerada do ainda residente em Belém, de dar lugar legal e legitimamente ao Governo que hoje é Governo.

Mesmo que, evidentemente, tivesse que ter começado pelo que, de seguida, caiu no Parlamento. Mas esperar tanto, e ainda a agravar “o tempo”, quando as eleições para o Parlamento já deveriam ter sido no primeiro trimestre deste ano, foi muito mau. (…)

Quanto às Presidenciais, esperemos que este cenário de crispação e rancor não continue. Se “talvez” Sampaio da Nóvoa tiver espaço para representar algumas ideias, todos os outros que querem ocupar o mesmo lado estão a mais. Mas compreende-se que o BE, nesta maré ganhadora das suas Jovens/mulheres, queira apresentar uma candidata, tal como o PC, que sempre o fez, para depois os retirarem na fase final.

Quanto à outra senhora, que até teve um bom percurso de vida, acabar a querer ser PR depois de ter defendido ardidamente uma fracção que caiu no seu partido, e ainda para mais apresentando-se na parte mais importante das legislativas, o que pode ter prejudicado o próprio partido, é estranho, no mínimo. Mas tenha a sua sorte, e deixe de malhar em Marcelo!

Quanto a todos os outros, e independentemente das sondagens, talvez fosse a vez de não estarem todos com a mesma cassete – como quem mais fazia isso, e ainda vai fazendo, e muitos nos lembraremos –, estando sempre a fustigar Marcelo. Talvez todos e cada um saibam “querer dar ideias” sobre o que deverá ser a Presidência da República a partir de 2016, até para se recuperar para o País, e para nós, População, uma Instituição tão necessária num Regime Semi-Presidencialista, e tão menos bem conduzida nestes últimos 10 anos, com especial incidência nos últimos cinco.

Não se pode nem deve – como tantos estamos, em tantas outras áreas, a fazer –esquecer o passado, antes pelo contrário, mas temos que ir em frente fazendo ligações com esse mesmo passado. Com ideias novas que sejam concretizáveis e a apontar novos caminhos que não serão, por certo, unicamente “bater em Marcelo, bater em Marcelo” (…).

Augusto Küttner de Magalhães, Porto

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