Cartas à Directora
Veio novamente à baila
Veio novamente à baila a IVG no tocante ao pagamento de uma taxa moderada do serviço médico prestado nos hospitais públicos, pagos por quem os sustenta: os contribuintes.
Logo, os defensores da roda livre de toda a prática abortiva, vieram a terreiro afirmar veementemente que tais novas medidas colidem com os direitos humanos (???), uma vez que todo o cidadão é livre de fazer o que quiser da sua vida e da vida de quem está no seu corpo a germinar.
Eu, sem querer ser moralista ou defensor de outrem, ou machista, ultrapassado, ou homem das cavernais e outros epítetos ou até insultos, pergunto: a IVG é um meio contraceptivo, ou será que o belo mundo feminino de hoje ainda vive no obscurantismo medieval?
José Amaral, VNGaia
O tempo não volta atrás...
Culminando com uma petição pública, a Assembleia da República discutirá uma proposta de lei que visa acabar com a gratuitidade da Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG), no âmbito do SNS.
Quando a maioria dos países da Europa já tinham despenalizado uma lei cruel e punitiva, que condenava as mulheres por interromperem a gravidez, Portugal, só ao fim de 7 anos depois do séc. XXI é que despenalizou quem interrompesse a gestação. As mulheres são autónomas nas suas decisões mais íntimas. Uma amiga que trabalha muito, ganha pouco, sendo precária, interrompeu a gravidez e confidenciou-me: “Arrancaram-me metade do coração!”. Na saúde sexual e reprodutora não deve haver taxas moderadoras e, ter que voltar a pagar, configura – punição. Desde a despenalização, retiraram-se milhares de mulheres ao aborto clandestino, feito com processos artesanais, cujo desfecho muitas vezes foi sucumbirem a hemorragias. Esta petição para nova legislação não passa dum subterfúgio para acabar com a IVG assistida e retirar protecção social. Estas propostas são um retrocesso aos direitos sexuais e reprodutivos. Estudos demonstram ser falso que a IVG seja usada como método contraceptivo e a maioria fá-lo pela 1ª vez, até porque Portugal tem uma incidência menor nesta matéria, no conjunto da UE.
Urge estimular a educação sexual, praticamente desaparecida das escolas, como disciplina na idade da adolescência para que os jovens tenham ampla informação e não caíam em comportamentos nocivos.
É imperioso aumentar, reforçar e aperfeiçoar as consultas de planeamento familiar para que as mulheres só tenham os filhos que querem.
Vítor Colaço Santos, S. João das Lampas
Os abutres
Segundo noticiou o Público, a Liga de Protecção da Natureza (LPN),anunciou o nascimento da primeira cria de abutre-negro ao fim de 40 anos no Alentejo. A parceria entre a LPN, a Herdade da Contenda e a Câmara de Moura deu resultados! Há motivos para acreditarmos no futuro ! Enquanto a lei que regula a profissão de ama foi publicada no Diário da República , Jorge Sampaio e a oftalmologista namibiana Helena Dhume recebiam o primeiro Prémio Nelson Mandela instituído pela ONU .O ex-presidente da República lutou contra os abutres dos números sendo merecedor dos nossos aplausos. O simpático necrófago recebe mimos e atenções! Quando crescer a ave de rapina da família dos vulturídeos não é para brincadeiras. O que distingue esta ave dos abutres dos números é que é diurna e necrófoga, enquanto os diabos dos números atacam os vivos a qualquer hora !
Ademar Costa, Póvoa de Varzim