Cartas à Directora

O turismo tem que ser bem tratado para perdurar

Estamos sem dúvida a ter um boom de turismo, não só nas principais cidades como Porto, Lisboa, Setúbal, Régua, Évora – sem segundas intenções –, Caminha, Tomar, como nas praias algarvias, no Douro, por todo o lado. Mas temos que conservar os turistas de todos os extractos e com muito ou pouco dinheiro, sem estragar.

Cuidado com a venda desatinada de casas antigas nos centros históricos das cidades, dado que não pode ser como se de um maná se tratasse, porque se acaba mal é mais um problema a juntar a tantos que vamos criando e não resolvendo. Fazer tudo com princípio, meio e fim é o mais aconselhável.

E, mormente fazer turismo não para durar uns poucos gloriosos anos, mas ser consistente para muitos e muitos anos.

Cuidado com os preços em tudo, não só no imobiliário. Cuidado com a segurança de pessoas e bens, nacionais e estrangeiros, haja mais policiamento de proximidade, para não se ter que remediar, em vez de prevenir.

Fazer tudo, sempre, de forma o mais transparente possível, para o turista, nacional ou estrangeiro, voltar sempre agradado, e fazer passar a palavra de que esteve num local merecedor, sob todos os aspectos, de estar e visitar.

Cuidar de tudo, público e privado, da mesma forma. E sobretudo não estragar. Nem deixar que o façam os turistas que nos visitam. É preciso cuidar destes espaços que são nossos e que, por andarmos tão distraídos ou entretidos com reality shows – os mais diversos, reais e criados –, nos esquecemos de os apreciar e até gozar. E eles estão aqui, junto de nós, à “mão de semear”.

Porque o País é de todos nós, não é deste Governo, destes ministros, ou da oposição, seja esta qual for. E é para ser um benefício que passe e ultrapasse governos, para ser melhor cuidado, melhor conservado.

E não nos fiquemos pelo turismo, sejamos bons em mais áreas, somos disso muito capazes.

Augusto Küttner de Magalhães, Porto

 

Álvaro Cunhal e a Magna Carta

Álvaro Cunhal foi derrotado em 1975 pelo povo Português. Não obstante uma intensa campanha a favor da abstenção feita pelo PCP (paralelamente ao que Salazar tinha feito umas décadas antes), 91,66% do povo Português recenseado (o recenseamento era obrigatório) votou e votou 37,87% no PS, 26,39% no PPD, 12,46% no PCP e 7,61% no CDS. No seu seguimento Álvaro Cunhal deu a célebre entrevista a Oriana Fallaci (na altura jornalista comunista) na qual se desmascarou. Essa entrevista foi inicialmente publicada no Jornal do caso República de Raul Rego jornal criado pelo próprio em consequência do encerramento ilegal e antidemocrático do diário A República. Como curiosidade veja-se quem fazia parte dos sete eleitos na lista liderada por Álvaro Cunhal: Jerónimo Carvalho de Sousa. E ainda há quem acredite nele.

Luís Ribeiro, Lisboa

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