Cartas à directora

Falta ao Ministério da Educação cumprir a sua parte

Tenho dois filhos na mesma escola, a EB Aprígio Gomes. Um tem professor, outro não. Um começou a 15 de Setembro e o outro anda a ver se começa. Um está a adiantar o programa, o outro a marcar passo. Um tem onde ficar, o outro não porque felizmente a mãe ainda tem emprego e tem mesmo de ir trabalhar senão não tem rendimento suficiente para saciar o apetite voraz dos credores que todos os meses cobram a horas.
A mãe, eu, paga o suficiente em impostos por mês para pagar a um professor. Sugiro que o Senhor Ministro da Educação, Nuno Crato, prescinda dos meus descontos até conseguir resolver este problema e arranjo eu um professor para a turma do meu filho. Porque enquanto o governante anda a “politicar” e a brincar aos ministros, e enquanto a sua equipa de incompetentes e desorganizados anda a pavonear-se e a dormir descansados, o mega-programa que arranjaram para bombardear os garotos na escola primária está atrasado 15 dias! Será que o ministro compreende a urgência em resolver este problema? Compreende o quanto está a complicar o trabalho dos professores que vão entrar, e dos alunos com mais dificuldades em acompanhar as matérias?
E nem vamos falar no embrulho em que estão as vidas dos professores que não sabem para onde vão trabalhar na próxima semana, e dos pais que não sabem onde vão deixar os filhos amanhã….
Estamos em Outubro, por amor de Deus! Onde é que os funcionários do ministério andaram em Julho, Agosto, Setembro? De férias?! Porque têm direito? Bom, no meu ramo, por exemplo, ninguém vai de férias na Páscoa, no Verão, no 8 de Dezembro e no Fim do Ano. É época alta, quando há mais trabalho! Ora se a época alta do Ministério da Educação é no Verão… Azar! Vão de férias em Novembro ou em Março! Ou mudem de ramo.
Eu pago tudo o que me pedem, e não bufo! O mínimo que  podem fazer é cumprir a parte deles.  Se amanhã não tiver novidades vou agarrar no meu filho e sentar-me à porta do ministério. Eu até ia já hoje, mas tenho de ir pagar o IMI, o IUC e uma SCUT.

Isabel Fialho, Amadora

 

E ainda é ministra da justiça

Um mês após o bloqueio quase total do sistema de justiça provocado pelo famoso programa Citius, Paula Teixeira da Cruz continua orgulhosa e arrogantemente como ministra da justiça. É certo que pediu desculpas mas, como dizem as minhas netas, as desculpas evitam-se. Como é possível que a "revolução" da justiça desse este resultado? Como é possível que após ter declarado que assumia todas as responsabilidades pelo falhanço estrondoso de tudo o que ocorreu com o tão propagandeado novo mapa judiciário, Paula Teixeira da Cruz ainda se mantenha em funções? Tudo isto, e muito mais, só é possível porque estamos em Portugal e Pedro Passos Coelho não é efectivamente um primeiro ministro actuante e preocupado com os portugueses. A justiça está quase totalmente bloqueada há 30 dias mas para Passos Coelho isto não constitui um verdadeiro problema, mas simplesmente um pequeno acidente de percurso. Que fazer então? Aguardar pacientemente que o Citius entre no sitio, ou seja, que sirva os tribunais e os cidadãos como é exigível pelo mais elementar bom senso  e dado que Paula Teixeira da Cruz continuará arrogantemente na sua cadeira de ministra da justiça, esperemos que mais nenhuma ideia tenebrosa passe por tão brilhante, esclarecido e responsável cérebro.

Manuel Morato Gomes, Senhora da Hora

 

 

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