Cartas à Directora

Meus queridos filhos!

Um ministro que recorre aos métodos dos estudantes universitários da UDP, para fintar os sindicatos do PCP, na marcação do teste dos professores, não pode estranhar que os professores se comportem, depois, como alunos indisciplinados. Quem não se dá ao respeito não merece ser respeitado. Aliás, um ministro deste quilate e professores desta estirpe não têm autoridade moral para falar em indisciplina nas escolas. Muito bons são os piores alunos quando comparados com um ministro e professores destes... E se esta prova serviu para alguma coisa, foi precisamente para demonstrar, a quem ainda tivesse alguma dúvida, quais os responsáveis pelo estado de degradação a que o nosso ensino chegou.
Quanto à prova propriamente dita, nem o Ministério da Educação nem os professores têm razão, nas razões que apresentam para fazer e não fazer a prova. Por um lado, invocar hoje licenciaturas e mestrados como atestado de competência, como fazem os professores, dá vontade de rir, tendo em conta o nível de degradação, corrupção e anarquia que tomou conta de todos os graus de ensino. Deveria, por isso, ser imposto um exame de acesso em todas as profissões, uma vez que as licenciaturas e mestrados não têm qualquer credibilidade, uma vez que tanto certificam quem sabe como quem não sabe ler nem escrever. Por outro lado, impor uma prova de charadas a professores com anos de serviço com o pretexto de os avaliar é uma ofensa à inteligência. Com efeito, a partir do ingresso nas profissões, a avaliação deve continuar a ser rigorosa, mas já não através de exames, mas, sim, com a avaliação do exercício e, no caso dos professores, através de aulas assistidas, da avaliação dos materiais utilizados e produzidos, da assiduidade e da comparação dos resultados.
Santana-Maia Leonardo, Abrantes

 Por um jazigo de petróleo

A entrada da Guiné Equatorial na CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa) por consenso demonstra claramente que quando se sente o cheiro a dinheiro fresco vale tudo, até calcar valores fundamentais como a democracia e os direitos humanos. Por um jazigo de petróleo esquece-se a corrupção e perdoam-se ditadores, transformando esta comunidade numa coutada de amigalhaços que brincam às economias. De futuro, e já que se fala na adesão da Albânia e Taiwan, pensem em juntar-lhes a Coreia do Norte, o Irão e Cuba!

Emanuel Caetano, Ermesinde

A CPLP e a Guiné Equatorial

Portugal fez-se representar em Timor ao seu mais alto nível por dois Presidentes e é isso que é difícil de aceitar, quando nem Angola nem Brasil o fizeram. Foram, contudo, esses dois países que mais pressionaram para a admissão do novo país de língua castelhana. Como é possível que o nosso modesto Portugal ainda não tivesse compreendido que não está para os países de língua portuguesa como estão a França e Reino Unido para as suas Comunidades respetivas? Temos que ser realistas, o Brasil, com seus 200 milhões de habitantes, fazendo parte dos BRICS, países emergentes e com a criação recente do novo FMI, já tem e terá no futuro um desempenho sempre crescente no seio da CPLP. Angola e Moçambique, países como o Brasil igualmente exportadores energéticos, não deixarão Portugal jogar à prima dona como julga, enviando dois Presidentes para uma reunião já decidida a priori. É isto que torna a situação ridícula e a surpresa de Cavaco Silva. Quanto a regimes ditatoriais, também as comunidades de línguas francesa e inglesa não estão imunes a tais regimes. A Economia manda mais forte.

Raul Fernandes, Porches

 

 

 

 

 

 

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