Cartas à Directora

O ovo de Colombo

Agora que os estudiosos do Banco de Portugal e da OCDE concluíram que os países onde não existem reprovações no ensino obrigatório são os países onde os alunos atingem o mais alto rendimento, vou transcrever um texto que ando a (re)publicar desde 1990 em jornais regionais e que os jornais nacionais se têm recusado a publicar:

"E se acabassem as reprovações na escolaridade obrigatória, a situação só por si melhorava? É óbvio que melhorava e em benefício de todos: alunos, pais, empresários e contribuintes.

Em primeiro lugar, os professores podiam ser exigentes, cabendo aos alunos, se quisessem ter boas classificações, trabalhar e esforçar-se para isso. Neste momento, os alunos passam, praticamente, todos com nível 3. Com o fim das reprovações, uns passariam com 2, outros com 6 e outros com 16 valores. Era, aliás, fundamental que, com o fim das reprovações, as classificações passassem a ser de 0 a 20, para serem mais informativas, diferenciar os alunos e premiar o mérito, e fossem introduzidos os exames nacionais no fim de cada ciclo para aferir as classificações e avaliar os professores.

Em segundo lugar, as classificações e os certificados de habilitações passavam a ter, consequentemente, credibilidade e valor informativo porque reflectiam o que os alunos efectivamente sabiam.

Em terceiro lugar, os alunos que, no actual sistema, reprovam (ou passam por favor) poderiam, por um lado, iniciar o novo ano lectivo logo integrados em turmas de recuperação às disciplinas a que não tinham obtido aproveitamento e, por outro, não ficariam impedidos de prosseguir os estudos nas disciplinas a que obtiveram aproveitamento. Ou seja, não só tinham mais possibilidades de melhorar às disciplinas em que tinham dificuldades como também não ficavam a marcar passo nas disciplinas a que obtiveram aproveitamento.

Em quarto lugar, evitava-se que alunos matulões e cheios de vícios liderassem turmas de alunos mais novos e com vontade de aprender. Se os alunos acompanhassem sempre os da sua idade, grande parte dos problemas de disciplina dentro da sala de aula seriam evitados.

Finalmente, reduzir-se-iam em muitos milhões de euros os custos na Educação (cerca de 20%) com a vantagem de se aumentar a qualidade, premiar o mérito, diminuir a indisciplina e apoiar, efectivamente, os mais necessitados."

Santana-Maia Leonardo, Abrantes

 

Oitavos de final no Brasil

Já se podem tirar algumas conclusões deste Campeonato do Mundo 2014:

1.º - Portugal foi eliminado em companhia da Itália, Inglaterra e Espanha, em boa companhia portanto, não sendo contudo uma desculpa.

2.º - Das 16 equipes que passaram aos oitavos de final, 8 pertencem ao Continente Americano, sendo 7 latino-americanas. Apenas 2 são do Continente Africano e 6 dos países Europeus.

3.º - Podemos também afirmar que os 6 europeus vão-se confrontar com jogadores americanos e africanos que em grande parte senão a maioria, jogam em clubes europeus.

4.º - Talvez na Europa esteja o melhor futebol, mas beneficiando dos melhores jogadores latino-americanos e africanos. É possível que os clubes europeus tenham também outros meios financeiros.

5.º - A grande surpresa deste campeonato é sem dúvida a Costa Rica.

Raul Fernandes, Porches

 


 


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