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São os melhores livros do ano, mas não de acordo com uma pequena equipa de críticos paga para dar estrelas e opinião. Foram anunciados esta quinta-feira os vencedores dos Goodreads Choice Awards 2023, prémios da rede social de livros que, segundo Harvard, tinha em Outubro de 2022 mais de 125 milhões de utilizadores.
Nestes prémios são os leitores quem vota nos seus livros favoritos em 15 categorias. À excepção da categoria de melhor romance de estreia, os livros não podem ser nomeados em mais do que uma categoria. Na edição deste ano foram recolhidos mais de 5,8 milhões de votos, cerca de cem mil mais do que os registados na edição de 2022.
Yellowface, de R. F. Kuang, considerado o livro de ficção do ano, voltou a sublinhar a posição de Kuang como uma das mais centrais escritoras na comunidade de leitores online (não haverá quem se aventure pelo BookTok que não se tenha cruzado com Poppy War, Babel ou o supramencionado Yellowface). O mais recente livro de R. F. Kuang, que explora temas como o racismo e a apropriação cultural, conseguiu um confortável primeiro lugar na votação, arrecadando cerca de mais 140 mil votos do que o livro que ficou em segundo lugar, Hello Beautiful, de Ann Napolitano.
A autobiografia de Britney Spears, A mulher que há em Mim, ficou em primeiro lugar na categoria de livros de memórias e autobiografias. Lançado a 24 de Outubro, o livro mostra a “princesa da pop” a abrir a porta para a sua tumultuosa vida, para lá dos boatos e das parangonas nos tablóides. Apesar de ter sido um sucesso de vendas e de ter inflamado as narrativas sobre a família real britânica, a autobiografia do Príncipe Harry ficou no segundo lugar.
Na categoria de "romantasia" (género híbrido que junta romance e fantasia), verificou-se a maior distância entre primeiro e segundo lugares. Fourth Wing de Rebecca Yarros – mais um sucesso maciço no BookTok – teve mais 364 mil votos do que Assistant to the Villain, de Hannah Nicole Maehrer.
Ainda dentro de fenómenos do TikTok, Emily Henry venceu pela terceira vez consecutiva o prémio de melhor Romance, com Happy Place (em 2020 ficou em segundo).
Entre os vencedores dos Goodreads Choice Awards houve espaço para estreantes e veteranos. Enquanto Emilia Hart, com Weyward, venceu as categorias de ficção histórica e romance de estreia. O mestre do terror, Stephen King, conseguiu com Holly – um spin-off da trilogia de mistério Mr. Mercedes – o prémio de melhor livro de horror.
Nas categorias de literatura Young Adult (YA), Rebecca Ross ficou em primeiro lugar na fantasia com Divine Rivals, enquanto Check & Mate de Ali Hazelwood triunfou na categoria de ficção. O melhor livro de mistério e thriller foi The Housemaid’s Secret de Freida McFadden. Na ficção científica, foi In The Lives of Puppets de TJ Klune.
Com a sequela de Ninth House, Hell Bent, Leigh Bardugo voltou a vencer na categoria de fantasia (tinha vencido a mesma categoria em 2019 com o anterior). Ficou à frente de nomes incontornáveis da literatura fantástica como Brandon Sanderson e Samantha Shannon.
Poverty, by America, do sociólogo vencedor de um Pulitzer Matthew Desmond, foi considerado o melhor livro de não-ficção, com a mais curta margem de vitória (cerca de 500 votos à frente de Butts: A Backstory, de Heather Radke). The Wager: A Tale of Shipwreck, Mutiny and Murder, de David Grann, foi o melhor livro na categoria de "história e biografias". Henry Winkler, eterno “Fonzie” da série Happy Days, dos anos 1970, venceu a votação do humor com Being Henry: The Fonz… and Beyond.
Para serem elegíveis para os prémios do Goodreads deste ano, os livros tiveram de ser publicados nos Estados Unidos, em inglês, entre 17 de Novembro de 2022 e 15 de Novembro de 2023. Os prémios foram atribuídos pela primeira vez em 2009.