Marcelo levou ministro a visitar Tancos: "Foi muito útil em termos informativos"

Um dia depois de o CDS ter pedido a demissão do ministro da Defesa, o Presidente marcou à última hora uma reunião no terreno com a tutela e chefes militares. À saída sublinhou que "é muito diferente ir ao terreno".

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Marcelo Rebelo de Sousa à chegada a Tancos MIGUEL MANSO
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Marcelo com o ministro da Defesa, Azeredo Lopes MIGUEL MANSO
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Uma visita "muito útil em termos informativos", porque é "muito diferente ir até ao terreno" e perceber de perto a situação. Foi assim que o Presidente da República comentou a visita que fez esta terça-feira à tarde à base de Tancos, de cujo paiol foi roubado um importante arsenal militar na semana passada. Horas depois de a Procuradoria-Geral da República ter confirmado a abertura de um inquérito, o chefe de Estado acrescentou ainda que aproveitou para "exprimir uma palavra de apoio à investigação em curso". 

Não estava nada previsto na agenda desta tarde de terça-feira, mas Marcelo Rebelo de Sousa fez uma visita à base de Tancos, decidida a meio da manhã, quando estava a caminho de Castanheira de Pera para participar numa missa de homenagem às vítimas do incêndio de 17 de Junho. Consigo levou o ministro da Defesa, que tem sido muito contestado nos últimos dias e que ainda não tinha ido à base militar desde o roubo.

Aos dois, Presidente e ministro, juntaram-se ainda os dois chefes militares envolvidos no caso: o Chefe de Estado-Maior general das Forças Armadas e o Chefe de Estado-Maior do Exército (também ele contestado dentro de portas, depois de ter suspenso cinco elementos ligados à segurança da base, para não prejudicar a investigação em curso). 

Antes da reunião que manteve com estes dirigentes, assim como alguns dos responsáveis no local, o Presidenter quis conhecer o local do crime, tendo dispendido quase uma hora na zona do paiol, constituída por 14 paiolins, que estão à guarda do Regimento de Engenharia nº 1.

Investigação até ao fim "doa a quem doer"

Antes, em Castanheira de Pera, Marcelo Rebelo de Sousa tinha voltado a falar do assalto em Tancos e repetiu que exige uma investigação até às últimas consequências. "A minha posição como Presidente da República e como Comandante Supremo das Forças Armadas, pensando no prestígio de Portugal e das Forças Armadas, pensando na autoridade do Estado e na segurança das pessoas é muito simples: tem de se apurar tudo, de alto a baixo, até ao fim, doa a quem doer e apuramento quer dizer apuramento de factos e das responsabilidades. Eu já disse isso uma vez, duas vezes, digo terceira vez. Não posso ser mais claro”, disse Marcelo aos jornalistas.

Questionado também sobre o facto de o Ministério Público estar a investigar o caso e se os portugueses devem estar preocupados, o Presidente da República repetiu que a investigação não pode deixar "ninguém imune": "O que eu exijo é que haja investigação total, integral. Como disse, estão em causa o prestígio de Portugal, o prestígio das Forças Armadas, a autoridade do Estado e a segurança dos portugueses. Isso deve ser feito doa a quem doer e não deixando ninguém imune."

O Presidente da República tem sido muito comedido nos comentários ao que se passou em Tancos. Já pediu uma investigação aprofundada, explicou que tem tratado do assunto com o ministro dos Negócios Estrangeiros, que está a substituir António Costa, enquanto este goza de uns dias de férias. Mas na segunda-feira o chefe de Estado recebeu a líder do CDS, Assunção Cristas, que lhe pediu uma audiência para discutir este caso - e também o que se passou nos incêndios de Pedrógão Grande.

Dado adicional: Cristas acabou por pedir a demissão de Azeredo Lopes, mas fê-lo já fora do Palácio de Belém, na sede do CDS. 

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