Passos acredita que Santana mantém o tabu de Lisboa

Santana Lopes enviou uma carta a Passos Coelho a explicar o que pensa de uma candidatura a Lisboa. E deixou o líder do PSD na dúvida.

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Pedro Santana Lopes Daniel Rocha

Na última sexta-feira, Pedro Santana Lopes fez chegar uma carta ao líder do PSD, a propósito da sua eventual candidatura à Câmara Municipal de Lisboa. Na semana que passou, vários jornais escreveram que o provedor da Santa Casa da Misericórdia da capital estaria a ponderar concorrer à autarquia e que a decisão seria tomada até ao final do mês. O PÚBLICO teve acesso à missiva, que, em 273 palavras, ora é clara – “Neste tempo, não posso aceitar convites para ser candidato a outros cargos” –, ora deixa a porta aberta a outros cenários – “As eleições autárquicas serão em Outubro de 2017. Até lá, o mundo girará muitas vezes”.

Pedro Passos Coelho não ficou totalmente esclarecido.

Eis a carta:

“Sirvo a cidade de Lisboa há quase 5 anos enquanto Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

Recentemente, fui reconduzido pelo actual Primeiro-Ministro Dr. António Costa, para mais um mandato de três anos, naquilo que vi como um reconhecimento e prova de confiança pelo trabalho que tenho vindo a desenvolver nesta Instituição.

Tenho o meu foco no trabalho que desenvolvo.

Convites ou apelos merecem sempre reflexões profundas, mas nem sempre são compatíveis com os tempos mediáticos e da política, onde, actualmente, tudo se precipita e muitas vezes se tende a forjar candidaturas a mais de um ano e meio de distância de um acto eleitoral.

Estou empenhado em cumprir o mandato que me foi confiado, sobretudo no desenvolvimento e apoio de importantes projectos estratégicos para Lisboa, e também para o País, que exigem a minha concentração máxima e dedicação total. Mesmo!

Neste tempo, não posso aceitar convites para ser candidato a outros cargos.

Compreendo que o meu partido tenha outros calendários, pelo que, não quero de forma alguma condicionar a estratégia que seja delineada. Sei que o dossier está entregue, e bem, ao Presidente do Partido Social Democrata.

Faço votos de que o futuro de Lisboa seja discutido, com elevação e sentido, em prol do interesse dos lisboetas. Pela minha parte, enquanto cidadão que ama a sua cidade, não me coibirei de participar nesse debate que a cidade merece.  

A única certeza que tenho é a missão que levo a cabo na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e as responsabilidades com a minha vida profissional privada.

As eleições autárquicas serão em Outubro de 2017. Até lá, o mundo girará muitas vezes.”

 

 

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