Assunção Cristas acusa Costa de “dar com uma mão para retirar, depois, com duas”

Candidata à liderança do CDS criticou o Orçamento de Estado, considerando que o primeiro-ministro não está a cumprir o que se propunha.

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Assunção Cristas: o OE 2016 "parece uma ficção no cenário macroeconómico” Nelson Garrido/Arquivo

Assunção Cristas, candidata à liderança do CDS-PP, acusou este sábado o primeiro-ministro de estar a “dar com uma mão” para, “depois, retirar com as duas”. Assunção Cristas reagia, assim, à proposta de Orçamento de Estado para 2016, apresentada ao Parlamento na passada sexta-feira, durante um encontro com militantes do distrito de Aveiro - que se inseriu na volta nacional pelos distritos e regiões autónomas do país.  

A candidata à liderança dos democratas-cristãos disse não ter dúvidas de que “este Orçamento de Estado não cumpre aquilo a que António Costa se propunha”. “Vem-nos sempre dizendo que, com ele, vinha a estabilidade e acabava a austeridade”, disse, para considerar que “quanto a estabilidade” já houve “um primeiro momento, com o orçamento rectificativo, onde quem o apoiava simplesmente desapareceu”. No que concerne à promessa de “virar a página à austeridade”, foi peremptória: “Creio que hoje já podemos dizer que António Costa virou a página da austeridade, mas no verso encontrou uma folha em branco, com bastante espaço, e nela tratou de escrever um conjunto de medidas que nos levam a dizer que aquilo que quer, aparentemente, dar com uma mão está, depois, a retirar com as duas”. 

Assunção Cristas deu o exemplo do coeficiente familiar, introduzido pelo anterior Governo, e que “agora é, supostamente, substituído por umas deduções à colecta que, contas feitas, e feitas pela Associação de Famílias Numerosas” acabam por deixar “as famílias portuguesas em muito piores circunstâncias”. Referiu-se ainda ao que “supostamente [António Costa] dá no IVA, e que nem dá muito, e o que retira através da taxação sobre o gasóleo e a gasolina, que afecta directamente as empresas e famílias portuguesas”.

Outro dos reparos de Assunção Cristas à proposta de Orçamento centrou-se na “falta de verbas para o investimento produtivo”, dando o exemplo da agricultura. “O actual ministro não só não consegue reforçar o programa de apoio à agricultura, como nós tínhamos previsto e já pedido a Bruxelas, como nem aquilo que nós fomos sempre pondo em anos tão difíceis ele consegue assegurar e vai pedir para retirar verbas do Orçamento de Estado”. “São sinais preocupantes”, frisou considerando que, perante isto, o CDS terá de ficar de “olhos bem abertos” e fazer uma “denúncia certeira daquilo que parece ser um mau caminho”.

Assunção Cristas falava perante um auditório cheio, no Parque de Feiras e Exposições de Aveiro, capital de um distrito que é “a capital do CDS”, segundo referiu o presidente da comissão política distrital, Jorge Pato, no discurso que abriu a sessão de esclarecimento e debate com os militantes. 

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