Benfica acordou tarde para tentar evitar os “tubarões”

"Encarnados" perderam por 1-2 com o Atlético Madrid na última jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões.

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Não estava em jogo a continuidade imediata na Liga dos Campeões. Tanto Benfica como Atlético de Madrid já tinham cumprido essa tarefa na jornada anterior. Jogava-se a liderança do Grupo C, uma posição que permitia evitar equipas como o Barcelona, o Bayern Munique ou o Real Madrid nos oitavos-de-final. Um empate bastava aos “encarnados” para ficar na frente, mas foram os “colchoneros” a conquistar esse estatuto, após um triunfo por 2-1, na Luz.

Uma vitória valia muito mais que o milhão e meio de euros. Valia também a liderança do grupo, o que, estatisticamente, significa uma maior probabilidade de ultrapassar os oitavos-de-final. Para o conseguir, bastava um empate, porque uma igualdade pontual seria sempre benéfica para os “encarnados” por causa da sensacional vitória no Vicente Calderón. Mas este “bastava” era muito relativo, porque do outro lado estava uma equipa que perde pouco (apenas três derrotas), sofre muito poucos golos e que está a fazer sombra ao Barcelona na Liga espanhola.

Pela dimensão do que estava em jogo, Rui Vitória pediu uma equipa nos limites, mas ele próprio foi um pouco cauteloso na abordagem ao jogo, apostando em apenas um ponta-de-lança (Jonas) e em três homens mais móveis no apoio (Gaitán, Guedes e Pizzi), mantendo Fejsa e Renato Sanches no meio-campo. Já Diego Simeone fez mais ou menos o que se esperava, surpreendendo apenas com o jovem Luciano Vietto em vez do veterano “El Niño” Torres.

Nos primeiros minutos, o Benfica até mostrou uma dinâmica apreciável, com bom preenchimento de espaços e capacidade para antecipar os movimentos “colchoneros”, mas sem se aproximar muito de Jan Oblak, naturalmente assobiado pelo público da Luz sempre que tocava na bola — os adeptos “encarnados” não esqueceram a forma como o guarda-redes esloveno forçou a saída do Benfica para o Atlético, no Verão de 2014.

Mas foi uma questão de tempo até os “colchoneros” assumirem o controlo. Aos 18’, um primeiro sinal de perigo real, com o central Godin a aparecer na cara de Júlio César. A bola entrou na baliza, mas o uruguaio estava em fora-de-jogo. Aos 21’, Saúl Ñíguez arranca um remate de fora da área que Júlio César consegue defender. Aos 22’, o brasileiro volta a brilhar ao deter nova bomba de Gabi.

O domínio do Atlético era evidente e materializou-se aos 33’. A jogada começa em Griezmann, que coloca a bola em Vietto. O argentino dá um toque para Ñíguez, que faz o 1-0. Jogada rápida e ao primeiro toque que deixou a defesa “encarnada” sem reacção. O melhor que o Benfica conseguiu fazer na primeira parte foi um remate de Gonçalo Guedes à entrada da área aos 38’, após passe de Renato Sanches, mas o tiro saiu ao lado.

Vitória tentou um regresso ao seu plano habitual para a segunda parte, com a entrada de Mitroglou para o lugar de Guedes e o grego foi de imediato protagonista de um daqueles momentos que podem mudar o rumo de um jogo. Mitroglou recebeu a bola na área, tirou um adversário do caminho e rematou ao lado.

Em poucos segundos, o ataque do Benfica tinha feito mais que em toda a primeira parte, mas sem fazer o marcador funcionar. Desse mal não padecia o Atlético que, aos 55’, voltou a beneficiar da passividade da defesa “encarnada”. Yannick Ferreira-Carrasco recebe a bola perto da linha final e, sem qualquer marcação, tem tempo para fazer o cruzamento para a pequena área, onde um pequeno toque de Vietto foi o suficiente para bater Júlio César mais uma vez.
Não se pode dizer que o resultado fosse injusto. Aquela faísca de Mitroglou não tinha impulsionado o Benfica para a reviravolta e Vitória voltou a ir ao banco para tentar o tudo por tudo, lançando Raúl Jiménez para o lugar do pouco inspirado Jonas. Talvez motivado por defrontar a antiga equipa, a verdade é que o mexicano inspirou o Benfica para uns 20 minutos de enorme pressão e, se não chegou para o empate, esteve quase.

Aos 75’, Jiménez faz o passe para Mitroglou, o grego faz uma rotação perfeita sobre um adversário e reduz para 2-1. Isto era o que o Benfica precisava para reentrar no jogo. Houve muito querer e alguma falta de discernimento, mas os “encarnados” tiveram o mérito de encostar o Atlético à sua área. Aos 79’, Sanches esteve perto de imitar o que havia feito frente à Académica, com um grande remate de fora da área que Oblak parou, e, aos 83’, foi Jiménez a cabecear ao lado após um cruzamento perfeito de Carcela.

Agora, o Benfica fica à mercê do sorteio da próxima segunda-feira. Claro que todos os potenciais adversários serão difíceis, mas uns são mais difíceis que os outros.

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