Parece difícil de acreditar quando se pensa que, há pouco mais de um ano, a selecção começou o apuramento para o Europeu de 2016 com uma derrota em casa, frente à Albânia. Seis jogos depois (e outros tantos triunfos), e com uma partida ainda por disputar na qualificação, a formação portuguesa confirmou nesta quinta-feira a viagem para França. Desta vez não são precisas contas de última hora para garantir a presença nacional em mais uma fase final de uma grande competição. Um bonito golo de João Moutinho, aos 66’, foi o suficiente para bater a Dinamarca (1-0).

Portugal fez em Braga aquele que foi, provalmente, o jogo mais vistoso desta fase de qualificação para o Europeu. Sem a pressão que andou sempre em níveis elevados nos jogos anteriores, por via de um arranque fraco nesta caminhada, a selecção jogou um futebol bonito, quase sempre a um ou dois toques e com boas combinações entre as unidades mais ofensivas. Faltaram apenas mais golos para dar expressão à superioridade nacional, mas a falta de um ponta-de-lança que servisse de referência ofensiva e uma boa exibição de Kasper Schmeichel na baliza nórdica evitaram outros números.

Desde a fase inicial do encontro que Portugal assumiu o controlo da posse da bola, mas demorou a criar perigo junto da baliza contrária. No primeiro tempo, apenas no último quarto de hora a equipa de Fernando Santos conseguiu incomodar o guarda-redes dinamarquês. Primeiro foi João Moutinho, num remate de meia distância a finalizar uma boa jogada colectiva, a atirar ligeiramente por cima da baliza da Kaspaer Schemeichel (33’). Depois, o guardião dos ingleses do Leicester teve de se aplicar para defender o cabeceamento de Nani, em resposta a cruzamento do mesmo Moutinho (39’).

O segundo tempo começou com um sobressalto para as cores nacionais — Bendtner atirou ao poste, na segunda bola de um pontapé de canto, depois de uma finta de corpo sobre Fábio Coentrão —, mas esse foi mesmo o lance mais perigoso da Dinamarca no encontro. Os nórdicos precisavam de um resultado positivo para evitar dissabores na última jornada (ainda que a derrota da Albânia em casa, com a Sérvia, os tenha colocado mais próximos de se juntarem a Portugal no próximo Verão, em França), mas passaram boa parte do encontro na expectativa e, apenas na fase final da partida, incomodaram Rui Patrício.

Depois do susto, Portugal tornou-se mais eficiente. Apareceu então Schmeichel a evitar o golo por duas vezes no mesmo lance (58’), primeiro a remate cruzado e de ângulo apertado de Cristiano Ronaldo (que esteve algo apagado na noite de Braga) e, depois, na recarga de Tiago. O médio do Atlético de Madrid cabeceou ao lado (66’) na sequência de um livre lateral, mas no lance seguinte chegou mesmo o golo de Portugal. João Moutinho, o melhor português no encontro, tirou dois homens do caminho e atirou colocadíssimo para o fundo da baliza.

Portugal já tinha o golo que lhe permitia descansar à espera da confirmação do apuramento — o empate teria sido bastante no encontro desta quinta-feira —, mas ainda podia ter ficado mais tranquilo se Bernardo Silva (73’), depois de ter passado por três adversários, não tivesse querido colocar tanto a bola.

Só na fase final a Dinamarca mostrou alguns argumentos para conseguir um resultado diferente neste encontro do Grupo I, mas Rui Patrício fez o que lhe competia em resposta aos remates de Kvist (76’), de meia distância, e Kjaer, já sobre o minuto 90, depois de um canto, a que o guarda-redes sportinguista reagiu com uma boa estirada.

Portugal soma, assim, 18 pontos e tem o primeiro lugar do grupo assegurado. O jogo do próximo domingo, na Sérvia, servirá apenas para cumprir calendário.

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