Tudo começou com o "pantera negra" e o rei Pelé

O campeonato de futebol nos Estados Unidos tem as suas raízes em 1968.

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Pelé e Eusébio, com Brian John (ao centro), antes do jogo entre o Cosmos e o Quick Silver. DR

Eusébio e Pelé. Lado a lado no Gillete Stadium, em Massachusetts. Não é ficção. É realidade. O “pantera negra” jogava nos já extintos Boston Minuten e o rei do futebol brasileiro representava os New York Cosmos. Duelo que marcou os anos vindouros da North America Soccer League, campeonato fundado em 1968 e que conseguiu ainda atrair outras figuras de proa como António Simões ou o alemão Franz Beckenbauer. Mas a falta de organização e o desinteresse das pessoas acabaram por levar ao cancelamento da competição durante vinte seis anos – de 1984 a 2010. Depois, aproveitando o impacto do Mundial 1994, foi criada a MLS. Os moldes foram aprovados um ano antes, em 1994, mas só em 1996 é que o campeonato arrancou com dez clubes. Colorado Rapids, Dallas Burn, Kansas City Wiz, Los Angeles Galaxy e San Jose Clash formavam a Conferência Oeste, enquanto Columbus Crew, D.C. United, New England Revolution, New York Metrostars e Tampa Bay Mutiny integravam a Conferência Este.

Apesar do crescente desenvolvimento do campeonato e das boas campanhas da selecção norte-americana em Mundiais, só em 2007, com a chegada de David Beckham (LA Galaxy), primeiro, e depois de Henry (New York Red Bulls) ou o guarda-redes do Benfica Júlio César (Toronto FC) é que as luzes da ribalta se viraram novamente para o soccer. Com o passar do tempo, o interesse do público aumentou significativamente. O interesse das marcas na liga veio por arrasto, vários clubes surgiram e com a voraz máquina de marketing, a MLS iniciou o seu trajecto de crescimento de forma galopante.

Neste momento, são vinte clubes – 17 norte-americanos e três canadianos -, distribuídos por duas conferências, Este e Oeste, que compõe o campeonato. A fase regular começa em Março, terminando em meados de Outubro. Todos jogam contra todos. Depois, no final da regular season, a pontuação dos clubes é dividida para se determinar quais serão os emblemas que se classificam para a segunda fase da prova, os play-off.

Os campeões de cada conferência enfrentam-se pelo título da competição num jogo único, chamado MLS Cup, que é realizado no terreno da equipa que teve o melhor registo durante a temporada regular. Tal como noutras modalidades norte-americanas, não há despromoções, estando automaticamente garantidos no ano seguinte, a não ser que optem por não jogar ou que a Direcção da MLS decida pela sua exclusão. Nos próximos tempos, novos clubes irão fazer parte do campeonato, de acordo com o processo de expansão da Liga. Na última época, o Los Angeles Galaxy conquistaram o título.

Num negócio de gera milhões de dólares, vários clubes irão nascer nos próximos anos. David Beckham, o primeiro embaixador da MLS, terá um novo desafio com o Miami Footbal Club. Ronaldo, o fenómeno, é um dos accionistas do Fort Laudardele Strikers, que actua na NASL, uma liga inferior à MLS e que reúne dez clubes dos EUA e Canadá e que conta, por exemplo, com o NY Cosmos, que acabou de contratar o espanhol Raúl.

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