Baptismo de fogo para o Tondela às mãos do Sporting de Jesus

A estreia absoluta da equipa tondelense na I Liga assinala o arranque da época 2015-16. Em campo vão estar duas formações com objectivos finais distintos: uma a pensar no título, a outra na manutenção.

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O Estádio Municipal de Aveiro recebe o primeiro jogo do campeonato Nuno Ferreira Santos

É num estádio que já não tem um inquilino no futebol profissional que se vai atear o rastilho para a época 2015-16. Em Aveiro, casa emprestada do Tondela, vai assistir-se ao primeiro capítulo da 82.ª edição do principal campeonato português. De um lado, o Sporting sob o manto de Jorge Jesus, com uma nova aura reforçada pela conquista da Supertaça. Do outro, um estreante absoluto na I Liga, que foi fundado em 1933 e que há uma década andava pelos distritais.

No papel, Tondela e Sporting estão em polos opostos. Os anfitriões (que optaram por jogar fora do Estádio João Cardoso para maximizar a receita) lutarão pela manutenção, os “leões” pelo título nacional. Vítor Paneira, treinador que regressa a uma casa que habitou de 2011 a 2013, coloca mesmo o adversário no topo da hierarquia: “É possivelmente o mais sério candidato ao título. Parece-me que este é um Sporting diferente do dos outros anos: é um sério candidato ao título”.

Jorge Jesus está mais do que habituado a assumir o favoritismo e desta vez não foge à regra, mesmo que admita que o conhecimento que tem da equipa do Tondela não é muito aprofundado. “O objectivo é sair vencedor. O tónico é sempre a vitória, independentemente do adversário”, vincou o treinador dos “leões”, mais focado na identidade do Sporting e nas capacidades dos seus jogadores do que nos detalhes operacionais do rival.

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Visivelmente incomodado com o tema SMS, o ex-técnico do Benfica não confirmou nem desmentiu o envio a alguns jogadores “encarnados” de mensagens de telemóvel provocatórias (“Isso já não me interessa”, limitou-se a dizer), antes do jogo da Supertaça. Centrou-se apenas no campeonato e deixou uma só certeza: Alberto Aquilani está fora de combate. “Teve um pequeno problema durante a semana, ficou fora dos convocados e não vai viajar”. E o brasileiro Bruno Paulista? “Está bem, mas amanhã [hoje], no treino, vou tirar as minhas conclusões”.

O previsível onze base dos lisboetas deverá ser fiel às escolhas do encontro da Supertaça, mas, sejam quais forem as opções, há uma certeza do lado do Tondela: “Estamos à espera de dois resultados possíveis, quer a vitória, quer o empate. É com essa perspectiva que iremos encarar o jogo, sabendo que há um superfavorito que é o Sporting, mas, no futebol, temos que acreditar que tudo é possível”, alegou Vítor Paneira.

O antigo médio do Benfica e da selecção portuguesa tem lidado com uma pequena revolução no plantel (saíram 17 jogadores até agora e entraram 19), mas tirou algumas notas positivas na pré-temporada, fase em que o Tondela alcançou cinco vitórias (Lusitano de Vildemoinhos, Berkane, Millwall, Sp. Covilhã e Pampilhosa), três empates (Oliveirense, Ac. Viseu e Hamm Benfica) e uma derrota (Académica).

Jhon Murillo, extremo venezuelano cedido pelo campeão nacional, tem estado em destaque, bem como o avançado brasileiro Nathan (ex-SKA Energiya, da Rússia). E o eixo da defesa tem sido composto pelos experientes Kaká e Berger, já com grande rodagem no futebol português, ainda que Bruno Nascimento seja também uma opção regular para o sector. “Não vamos jogar sempre no contragolpe, vamos jogar sempre que possível um futebol apoiado. Não estamos a preparar a época para um jogo, mas para 34”.

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