Lisboa vai instalar ecopontos enterrados e criar "ecocentros"

O primeiro Plano de Gestão de Resíduos do Município de Lisboa foi apresentado e será objecto de discussão pública.

A instalação de 100 ecopontos enterrados em vários locais da cidade, o “aumento da rede” de recepção de óleos alimentares usados e a criação de dois “ecocentros”, nos quais os munícipes poderão entregar para reciclagem “todo o tipo de resíduos possíveis”, são algumas das medidas previstas naquele que é o primeiro Plano de Gestão de Resíduos do Município de Lisboa.

O essencial do documento foi dado a conhecer na reunião camarária desta quinta-feira pelo vereador da Higiene Urbana, que considerou estar em causa “um documento estratégico determinante”, que traça “o futuro nos próximos seis anos do sistema de resíduos” do concelho. A ideia, adiantou Duarte Cordeiro, é que este plano seja discutido pelos vereadores no início de Setembro, sendo depois objecto de discussão pública.

No documento são apontadas algumas metas a alcançar até 2020: para a “redução da produção de resíduos urbanos” é fixada uma meta de 10%, para a “taxa de reciclagem e preparação de reutilização” perspectiva-se um aumento de 42% e para a “retoma de recolha selectiva” aponta-se um acréscimo de 66 quilos por habitante, por ano.

Duarte Cordeiro reconheceu que é “muito ambiciosa” a meta relativa à produção de resíduos, mas manifestou a convicção de que para o seu alcance contribuirá a constituição de “um conselho consultivo”, ao qual caberá obter junto daqueles que são “os principais” produtores de lixo da cidade “compromissos concretos” de redução até 2020.

A câmara também quer alargar o sistema de recolha de resíduos porta-a-porta, por forma a que em 2018 ele esteja em vigor “na totalidade” das habitações que se considera serem “compatíveis” com esse sistema. A esse respeito, e em resposta a críticas feitas pelo social-democrata António Prôa, Duarte Cordeiro reconheceu que em determinados locais o porta-a-porta gera algumas “externalidades negativas”, nomeadamente ao nível da “salubridade”.

“Temos que repensar alguns sistemas que temos”, admitiu o vereador e vice-presidente da câmara, dando como exemplo o sistema de deposição dos resíduos em sacos colocados na via pública. Um sistema que existe nos bairros históricos e que Duarte Cordeiro promete discutir com os presidentes de junta de freguesia dessas zonas.

Questionado sobre os custos que este plano de gestão de resíduos implica, o autarca socialista não quis adiantar valores, mas garantiu que o investimento em causa ou está previsto “na relação contratual com a Valorsul” ou será suportado com verbas da Taxa de Resíduos Sólidos Urbanos.

Sugerir correcção
Comentar