Passos convencido de que estratégia de "rigor foi a mais acertada”

Primeiro-ministro adverte para o risco de regressar ao ciclo da bancarrota.

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Pedro Passos Coelho e Paulo Portas Foto: Daniel Rocha

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, defendeu que a estratégia “de rigor, de crescimento e de estabilidade” seguida pelo Governo nos últimos quatro anos “foi a mais acertada” para devolver aos portugueses perspectivas de prosperidade.

Na abertura do debate do Estado da Nação, Passos Coelho quis deixar claro que a sua estratégia de rigor orçamental foi a que permitiu resolver não só a emergência financeira como relançar a economia. Isto apesar de não ser popular “Foi [a estratégia] mais acertada, não segundo critérios de política partidária, não segundo cartilhas ideológicas que ignoram a realidade (…). Foi, sim, a estratégia mais acertada para devolver um horizonte de mais prosperidade, de mais equidade e de mais justiça”, afirmou, num debate em que todo os ministros estão sentados na bancada do Governo.

Apesar de assumir que nem todos os problemas foram resolvidos, o chefe de Governo atribuiu os resultados da estratégia aos portugueses. “Não pudemos contar com a oposição para obter estes resultados e talvez por isso a oposição se ressinta deles. Talvez a oposição preferisse estar ainda hoje a discutir o programa de assistência, e os segundos resgates, ou até os programas cautelares”, apontou Passos Coelho, num claro recado ao PS.

Reafirmando o risco de “regressar aos ciclos de irresponsabilidade e bancarrota do país”, o primeiro-ministro insistiu que a consolidação orçamental e a recuperação económica “nunca estiveram em contradição”. Pelo contrário – e até contra o que “a oposição disse”, “foram sempre a condição uma da outra”. A estratégia permitirá “desfazer” todas as medidas de emergência gradualmente, lembrou, incluindo uma “maior moderação fiscal”.

Com a Grécia como pano de fundo, a intervenção de Passos Coelho advertiu para as “consequências da irresponsabilidade, da ligeireza política e da distracção ideológica face aos problemas”. Às “incertezas e incógnitas” na Europa e no mundo, o primeiro-ministro deixou uma mensagem de confiança e de estabilidade: “O pior que se pode fazer nessas circunstâncias é somarmos a elas a nossa própria incerteza e desorientação”.

Em jeito de balanço, Passos Coelho referiu a necessidade de ter colocado as contas em dia e a realização de reformas estruturais. “Da nossa parte nunca faremos dos portugueses cobaias de experiências políticas nem instrumentos para obter este ou aquele pergaminho”, afirmou.

Já no final da intervenção, Passos assegurou ter sempre acreditado (assim como “milhões de portugueses”) que Portugal não falharia. Apesar das dúvidas. “Eu sei que houve momentos em que, apesar de toda a dedicação e coragem, muitos tiveram as suas dúvidas. Houve momentos em que a dimensão dos obstáculos parecia que ia levar a melhor sobre os nossos esforços. Mas preservámos. E não falhámos”, disse.   

A palavra confiança foi ainda usada relativamente à Europa que “gradualmente avança para regras e instituições alicerçadas no princípio da responsabilidade comum”. Referiu as reformas que propôs para as instituições europeias para permitir proteger a recuperação económica europeia e prevenir eventuais próximas crises sistémicas. 

 

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