A Alemanha continua a ser um destino maldito para o Sporting

Derrota frente ao Wolfsburgo complica a continuidade “leonina” na Liga Europa.

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Carrillo tenta ganhar a bola a Hunt Fabian Bimmer/Reuters

A 11.ª viagem à Alemanha não trouxe nenhuma novidade ao Sporting. Depois de nove derrotas e um empate nos dez jogos anteriores, os “leões” conheceram mais uma cidade germânica e o resultado foi igual a quase todos os outros. O Wolfsburgo, segundo classificado da Bundesliga, triunfou em casa por 2-0, em jogo da primeira mão dos 16 avos-de-final da Liga Europa, um resultado difícil para o Sporting tentar recuperar no jogo da segunda mão em Alvalade, na próxima quinta-feira.

Para se manter na competição europeia, o Sporting terá de anular e ultrapassar a desvantagem de dois golos, algo que os “leões” poucas vezes conseguiram fazer na sua história. Apenas por três ocasiões conseguiram recuperar de uma diferença de dois ou mais golos, duas delas em 1963-64, época em que o Sporting conquistaria a Taça das Taças, o único título europeu da sua história. Primeiro foi com a Atalanta. Depois do triunfo italiano por 2-0 anulado pela vitória “leonina” por 3-1, o empate na eliminatória foi desfeito por um 3-1 no terceiro jogo. Nos quartos-de-final, o Sporting conseguiu uma recuperação épica frente ao Manchester United com um triunfo por 5-0 a limpar a derrota por 4-1, em Old Trafford. Mais recentemente, em 2010-11, no play-off de acesso à Liga Europa, os “leões” foram à Dinamarca vencer o Brondby por 3-0, depois de uma derrota por 2-0 em Alvalade.

Como se vê, não é impossível o Sporting manter-se na Europa, mas o adversário que tem pela frente não é uma equipa qualquer e isso ficou bem provado no jogo desta quinta-feira.

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Não sendo um modelo de segurança absoluto na defesa, o Wolfsburgo é suficientemente sólido para aguentar os primeiros embates e colocar a bola rapidamente na frente para aproveitar a velocidade dos homens das alas e o oportunismo do seu ponta-de-lança, o holandês Bas Dost.

A primeira parte até foi equilibrada, tanto em posse de bola como em grandes oportunidades de golo, talvez com um ligeiro ascendente dos alemães. Schurrle esteve muito perto de inaugurar o marcador logo aos 16’, numa jogada de contra-ataque, mas Rui Patrício deteve o remate do único campeão mundial desta equipa do Wolfsburgo.

Aos 36’, Carrillo ganhou em corrida aos defesas alemães, chegou até à área, mas rematou ao lado da baliza de Diego Benaglio. A primeira parte terminou com um lance polémico e do qual o Sporting teve razões para se queixar. Uma bola bombeada para a área do Wolfsburgo bateu no braço esticado do português Vieirinha. O árbitro israelita Alon Yefet nada viu, ficando por marcar um penálti favorável aos “leões”.

A segunda parte começou praticamente com o golo do Wolfsburgo. O central Naldo ganhou a bola no meio-campo, aguentou a pressão dos médios “leoninos” e apanhou Bas Dost em corrida, para o 1-0.

O holandês voltaria a beneficiar de uma falha de marcação do Sporting para marcar o segundo. Um passe longo de Kevin de Bruyne apanhou na pequena área o avançado holandês que, entre Paulo Oliveira e Rui Patrício, encostou para o 2-0.

Por esta altura, o Wolfsburgo mandava no jogo e Rui Patrício era quem salvava o Sporting de um castigo maior, com três grandes defesas no segundo tempo, a remates de De Bruyne (55’), Bas Dost (68’) e Schurrle (78’).

Se a vitória ou o empate já pareciam um objectivo difícil de alcançar, um golo dava outra esperança aos “leões”. E o Sporting até esteve perto do 2-1 num cabeceamento de João Mário aos 73’, após cruzamento de Cedric, mas o remate saiu muito ao lado.

Mais para o final, o Sporting ainda teve algumas tentativas de aproximação, já com Mané, Tanaka e André Martins em campo, mas desta vez, não houve golo no último minuto para aliviar a dificuldade da tarefa “leonina” na próxima quinta-feira. Há, contudo, dois dados que podem dar alguma esperança ao Sporting para o segundo confronto com o Wolfsburgo. Primeiro, já marcou quatro golos na presente temporada a uma equipa de topo na Alemanha — 4-2 ao Schalke 04 na fase de grupos da Liga dos Campeões. Segundo, já marcou em Alvalade num único jogo cinco golos a Benaglio. O gigante suíço que ocupa agora a baliza do Wolfsburgo era o dono das redes do Nacional da Madeira que foi goleado por 5-1 a 3 de Fevereiro de 2007. Liedson marcou um dos golos, mas o verdadeiro herói foi Carlos Bueno, autor nessa noite de um raro póquer.

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