Portas prefere a promessa de devolução da sobretaxa do IRS a “não ter nada”

Vice-primeiro-ministro confiante numa futura redução fiscal a favor do contribuinte.

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Miguel Manso

Paulo Portas admitiu este sábado que entre ter uma sobretaxa de 3,5% em sede de IRS ou não ter nada, prefere o que ficou estipulado no Orçamento de Estado para 2015.

O vice-primeiro-ministro defendia a redução da sobretaxa em um por cento, mas o Governo manteve-a em 3,5% e introduziu um crédito fiscal que poderá “desagravar parcial ou totalmente” o imposto pago, mas só se as receitas efectivas de IVA e de IRS forem superiores às estimadas.

“Se eu preferia a redução da sobretaxa em um por cento, claro que preferia. Mas se a proposta não foi consensual, então esta é a minha opção: um crédito de imposto que era um compromisso possível e em que todo o ganho de receita fica a favor do contribuinte”, disse o líder do CDS-PP em Viseu, onde participou na festa dos 40 anos do partido.

O vice-primeiro-ministro está confiante numa futura redução fiscal a favor do contribuinte, porque “houve ganhos de receita nos últimos anos e o Estado fica proibido de se apropriar do adicional da receita”.

“Entre isto e nada, eu prefiro isto”, sustentou.

O líder do CDS-PP voltou a afirmar que a proposta de Orçamento do Estado para 2015 é "fiscalmente mais moderada" do que as anteriores, destacando a reforma do IRS, as políticas "pró-famílias” e a devolução do IVA aos agricultores.

“Eu não ando a contar bandeiras partidárias, mas um orçamento que introduz o quociente familiar, a mais forte medida pró-família no sistema fiscal; um orçamento que reduz o IRC pela segunda vez e que é bom para a economia e emprego; um orçamento que dá o IVA aos agricultores pela primeira vez; e um orçamento que pelo menos estabelece um crédito fiscal a favor do contribuinte, não pode ser qualificado de desonesto”, afirmou.

No final de um longo discurso perante uma sala onde estavam presentes militantes, autarcas e fundadores do partido em Viseu, Paulo Portas não quis falar sobre o futuro da coligação. “Hoje foi o discurso sobre o orçamento, cada coisa a seu tempo”, concluiu.

 
 

  



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