Rui Moreira confessa que “gosta muito” de ser presidente de Câmara do Porto

O independente reuniu-se ontem no Mercado Ferreira Borges com muitos dos seus apoiantes a quem prestou contas. Deixou a garantia que o movimento que esteve por detrás da sua candidatura permanecerá independente e deixou elogios aos vereadores que integraram a sua lista à câmara

No mesmo dia em que apresentou a nova imagem da cidade, o independente Rui Moreira quis prestar contas àqueles que há um ano o ajudaram a conquistar a Câmara do Porto com uma confortável votação. No Mercado Ferreira Borges, onde há um ano apresentou a sua candidatura à presidência da segunda câmara do país, Rui Moreira mostrou uma outra maturidade e disse à plateia que o escutou em silêncio que estava a cumprir tudo aquilo que prometeu no Memorando que foi sufragado pelos eleitores. Em alguns casos explicou com algum detalhe o que está a fazer.

Discursando de forma informal, em mangas de camisa, Rui Moreira mostrou-se presidente feliz. Confessou estar a gostar muito de ser presidente da Câmara do Porto, mas sublinhou que nestas suas novas funções “não é um navegador, mas sim um velejador”. Neste primeiro ano de governação – precisou – a câmara já tomou muitas decisões e fez muita coisa, nomeadamente na área da Cultura – cujo vereador, Paulo Cuinha e Silva, fez questão de elogiar publicamente – da Economia e do Turismo.

Reafirmando que está a cumprir escrupulosamente o compromisso que assumiu com todos aqueles que estiveram ao seu lado, o presidente da Câmara do Porto reconhece existir alguma lentidão para pôr em prática algumas medidas, porque é tudo feito com “absoluta transparência”. A equipa que passou a liderar a câmara – disse- precisou de algum tempo para conhecer o terreno. “Nalguns aspectos temos andado mais depressa do que noutros”, partilhou o autarca, que fez questão de elogiar todos os vereadores que integraram a sua lista à câmara.

Paulo Cunha e Silva, que tem a tutela da Cultura, que foi uma das aposta do autarca na campanha, foi o primeiro a ser reconhecido, até porque – disse Rui Moreira – “faz omeletes sem ovos”. A plateia respondeu com uma bela gargalhada. Na ocasião, o presidente prometeu que no próximo ano seria mais generoso com o orçamento reservado à Cultura e Cunha Silva agradeceu. Manuel Sampaio Pimentel, o seu número dois na lista, com quem se incompatibilizou recentemente, ameaçando tirar-lhe os pelouros, ouviu generosos elogios, que foram extensíveis também à vice-presidente, Guilhermina Rego, a Filipe Araújo e a Cristina Pimentel. Os técnicos da câmara também não foram esquecidos. Quanto às empresas municipais ficou a saber-se que “funcionam muito bem”.

Muito menos nervoso do que há um ano quando se apresentou aos portuenses, o presidente revelou que vai anunciar nos próximos dias algumas medidas que exigiram muito trabalho, mas não abriu o véu sobre o que é que se para anunciar. Especulou-se. A prometida reabilitação do Mercado do Bolhão?

Afirmando que nunca se deixou condicionar pela agenda política, Rui Moreira explicou depois que o Fundo de Solidariedade Social - outra promessa eleitoral, que chegou a ter uma cabimentação de dois milhões de euros para o primeiro ano de mandato – ainda não foi posto em prática, porque a câmara quis primeiro ouvir a cidade. “A solidariedade não é donativos”, justificou.

Para o final ficaram duas promessas. A primeira é que o ”Movimento o Porto é o nosso Partido” nunca se transformará num partido. A segunda prende-se com o balanço que pretende fazer com os seus apoiantes, quando o calendário assinalar um ano sobre a tomada de posse como presidente. O autarca quer partilhar com os independentes da cidade as medidas que o executivo está a tomar e até lá – diz com graça - tem tempo de realizar mais alguma obra para poder mostrar. Tudo isto, porque não quer desapontar nenhum daqueles que estiveram consigo na caminhada que o levou à presidência da câmara.

 Na sessão de ontem que serviu para assinalar a sua eleição, para além de muitos convidados, Rui Moreira contou com a presença de vários elementos da sua família, designadamente a sua mãe, que o ouviu com um ar enternecido o discurso daquele que há um ano tomou as rédeas dos destinos da cidade do Porto.

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