Governo português apoia intervenção contra o Estado islâmico

Chefe da diplomacia afirma que há "11 ou 12 portugueses" filiados na organização terrorista

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Rui Machete Miguel Manso

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, afirmou esta quinta-feira que Portugal ainda não tomou uma decisão sobre pertencer a uma coligação internacional de combate ao autoproclamado Estado islâmico, mas garante que o Governo apoia uma eventual intervenção.

"Uma coligação tem o apoio do Estado português, porque concordamos que este tipo de terrorismo não se pode combater apenas com meios militares, mas eles têm que ser utilizados. Sempre que conquistam uma cidade matam civis e violam mulheres. A contensão imediata não se pode fazer com diálogo", disse o ministro, durante uma visita ao Montijo. O governante referiu ainda que este é um "género de terrorismo complexo e difícil de combater".

"Compreende-se que o presidente Obama tenha, nestas circunstâncias muito especiais, pedido uma coligação para encontrar as formas de combate mais adequadas. Portugal está de acordo, apesar de não ter ainda nenhuma decisão, até porque não temos meios que facilmente vão tão longe", salientou.

Rui Machete referiu que é importante analisar as condições: "Não temos nenhuma decisão tomada, mas estamos de acordo. Temos que ver as condições em que as operações se processam, mas estamos de acordo porque isso é do nosso interesse e do interesse da humanidade".

O chefe da diplomacia disse ainda que o autoproclamado Estado Islâmico representa um tipo de terrorismo novo, que não pretende destruir estados, mas constituir-se ele próprio num Estado. "São crimes brutais e inumanos, que a todos impressionam e que vão muito para além daquilo que já era um terrorismo muito violento. É algo extremamente perigoso e tem um aspecto muito delicado, que obriga a medidas de defesa muito efectivas mas difíceis, que é o facto de os terroristas provenientes de países europeus puderem regressar por estarem arrependidos mas também podem voltar ainda com o entusiasmo de praticar actos de terrorismos", explicou.

O ministro referiu que estas situações são difíceis de controlar pelas autoridades por se tratar de pessoas isoladas. "Neste capítulo não temos uma situação grave, pois sabemos que existem 11 ou 12 portugueses, todos nascidos fora de Portugal, que se filiaram nesta organização, mas noutros países europeus o número é muito mais vasto", concluiu.

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