Haimar Zubeldia, o recordista espanhol

Foto
Zubeldia em acção Fred Mons/AFP

Haimar Zubeldia é um daqueles ciclistas eternos. E aos 37 anos, tornou-se o homem recorde do ciclismo espanhol na Volta à França, superando, imagine-se, o número de presenças do seu ídolo, Miguel Induraín. Com esta, são 13 as edições que o basco, nascido em Usúrbil, Guipúzcoa, tem no seu currículo.

“Sou um privilegiado por estar neste Tour. Ainda não notei nenhum tipo de declínio, apesar da minha idade”. Longe vão os tempos em que era a maior das promessas da sua Euskaltel-Euskadi, em que espantava o pelotão com o seu segundo lugar no Dauphiné (2000) e o título de melhor jovem, apenas dois anos depois de iniciar a carreira como profissional.

Seguiram-se os décimos lugares na Vuelta (2000 e 2002) e, sobretudo, a quinta posição no Tour 2003. Zubeldia prometia muito, mas nunca chegou a afirmar-se totalmente. Houve ainda um quarto lugar no Tour 2007 e um sexto no Tour 2012. Um contrato com a Astana, no ano (2009) do duelo entre Alberto Contador e o regressado Lance Armstrong. E a consequente migração para a RadioShack, onde esteve ao lado, primeiro de Armstrong, depois dos irmãos Schlek, e agora por conta própria, como principal candidato da Trek a um lugar no “top-10”.

Faltou-lhe sempre alguma coisa. Resultados, dirão alguns – nunca ganhou uma prova por etapas. Carisma, dirão outros. “Não sou um corredor explosivo. Criticaram-me muitas vezes, porque nunca ataco”.

Foi assim desde pequeno. Começou a correr para acompanhar o pai, cicloturista. Um dia, nas festas de Usúrbil, participou na corrida da paróquia e apaixonou-se pelo ciclismo. Demorou a decidir se era esse o seu caminho. Ponderou, mas decidiu arriscar, depois de destacar-se como “aficionado”. Talvez, até hoje, esse tenha sido o único passo não calculado que deu.

O basco sabe que não é vistoso, não vende jornais, nem conquista adeptos com a sua forma de correr. “Mas sou assim e não é agora que vou mudar”.

Sugerir correcção
Comentar