Líder do PS critica concessão a privados da Metro do Porto e da STCP

Movimento de utentes e comissão de trabalhadores da STCP também se manifestaram contra a medida.

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O secretário-geral do PS, António José Seguro, censurou nesta sexta-feira a concessão da STCP e Metro do Porto, adiantando que os socialistas vão pedir esclarecimentos no parlamento sobre esta decisão. No mesmo dia, o Movimento de Utentes dos Transportes da Área Metropolitana do Porto (MUT-AMP) também manifestou “total oposição” à concessão, considerando que ela “lesa” o serviço público.

À margem de uma cerimónia na Câmara de Gondomar, o líder do PS garantiu: "Vamos pedir esclarecimentos no parlamento e neste momento já estamos a censurar publicamente esta decisão do Governo que é tomada sem ter em conta a opinião dos presidentes de câmara", disse.

Na opinião de Seguro, "não é claro que o principal objectivo seja melhorar a qualidade da prestação da STCP e do Metro do Porto e, portanto, é normal que o PS critique esta decisão do Governo que é feita à revelia do pensamento dos autarcas desta região”. "Nós consideramos que qualquer mudança na STCP e no Metro do Porto tem, em primeiro lugar, que servir as populações. Se é uma mudança para melhor, naturalmente que todos aplaudimos, mas esta mudança não tem em atenção a opinião das populações representadas através dos seus autarcas. Consideramos isso inaceitável", criticou.

O socialista enfatizou ainda que "se a lógica é apenas garantir as carreiras que são rentáveis, isso significa que vão ficar milhares de pessoas aqui da área metropolitana do Porto privadas de um transporte público que é essencial”.

Uma preocupação também manifestadas pelo MUT-MUP, para quem concessionar “significa colocar em causa a mobilidade dos utentes, que assim se vêem privados de se deslocarem face a uma eventual supressão de carreiras”.

A Comissão de Trabalhadores da STCP também já contestou a decisão do Governo, alegando que os argumentos apresentados são “absolutamente falsos”, e anunciou para a próxima terça-feira uma acção de rua, na estação de metro da Trindade, para alertar os utentes das “desvantagens” da concessão a privados.

O Governo iniciou, na passada quinta-feira, um concurso para a concessão a privados da STCP e do Metro do Porto, sem oferecer indemnizações compensatórias, exigindo garantias de serviço público e limitando o aumento de tarifas à inflação.

A concessão será por um mínimo de sete anos e um máximo de dez.

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