Autarcas do Alentejo Litoral querem afirmar turismo e polo industrial de Sines

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Projecto surge numa altura em que a Costa Vicentina tem vindo a perder turistas nacionais Miguel Manso

A afirmação do turismo e do polo industrial de Sines, a valorização dos recursos regionais e o fomento das acessibilidades são os "eixos estratégicos" do plano de desenvolvimento do Alentejo Litoral 2014/2020, a apresentar nesta quarta-feira.

O plano reflecte a visão estratégica para o desenvolvimento da região definida pela Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral (CIMAL), que reúne os municípios de Alcácer do Sal, Grândola, Odemira, Santiago do Cacém e Sines.

Construído com a participação de instituições e empresas da região e que será apresentado às 9h30, nas ruínas de Miróbriga, em Santiago do Cacém, o plano "não é um fim em si mesmo, é uma visão estratégica", que irá servir para preparar projectos no âmbito do novo Quadro de Apoio Comunitário para o período 2014/2020, explicou nesta terça-feira à agência Lusa o presidente da CIMAL, Vítor Proença.

Segundo o plano, a que a Lusa teve acesso, a CIMAL pretende "afirmar o Alentejo Litoral como um território direccionado para a qualidade de vida da população e para a internacionalização dos principais sectores de economia" e define uma visão baseada em quatro "eixos estratégicos".

A construção e a afirmação do turismo, sobretudo dos produtos turísticos sol e mar, de natureza, residencial e de negócios/náutico, para transformar o Alentejo Litoral num "polo turístico de referência à escala nacional", a afirmação do polo industrial e económico de Sines, a valorização dos recursos regionais e o fomento das acessibilidades são os "eixos estratégicos".

Segundo Vítor Proença, o turismo desempenha "um papel fundamental" no desenvolvimento económico do Alentejo Litoral, que tem "uma gastronomia única", baseada sobretudo no peixe e no marisco, e "ecossistemas ambientais de elevado valor", como a costa alentejana, o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, o Estuário do Sado e a Reserva Natural das Lagoas de Santo André e da Sancha.

São ecossistemas que fazem da região "um território de excelência ambiental, entre a planície e o mar, que tem de ser defendido e preservado, mas também potenciado do ponto de vista turístico e de usufruto a favor da economia, da riqueza e do ser humano", defendeu, referindo que a afirmação da marca turística Alentejo Litoral é "um pilar central" do plano.

"É extraordinariamente importante potenciar o polo industrial e económico de Sines", nas áreas de energia, logística e indústria, continuando a desenvolver o porto, um dos 25 principais portos da Europa, e a Zona Industrial e Logística de Sines, defendeu Vítor Proença, também presidente da Câmara de Alcácer do Sal.

O polo de Sines é "um elemento estruturante" para a afirmação internacional de Portugal e decisivo para a internacionalização dos produtos do Alentejo e para a criação de emprego, sublinhou.

A valorização dos recursos endógenos do Alentejo Litoral, como o mar e os produtos agrícolas, hortofrutícolas e florestais, é "um dos factores essenciais para o desenvolvimento" da região, frisou o autarca.

A costa alentejana tem "condições óptimas" para captura de peixe e marisco de qualidade e com potencial para ser vendido nos mercados interno e externo e para desenvolver espaços de produção de aquicultura controlada, frisou, defendendo que a região "deve aproveitar o mar enquanto recurso económico" para desenvolver a actividade piscatória e a da aquicultura.

O autarca destacou ainda o arroz produzido na região, sobretudo no concelho de Alcácer do Sal, que é responsável por 20% da produção nacional de arroz, e os produtos hortofrutícolas, que têm "pujança forte no concelho de Odemira".

 

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