Portugal longe da média internacional

Os empréstimos a estudantes universitários com garantia do Estado têm ainda uma vida curta em Portugal, o que explica em parte por que motivo o país não aparece na lista dos sistemas de ensino onde esta solução tem maior expressão. Os dados mais recentes apontam que entre os inscritos no ensino superior, serão neste momento cerca de 5,2% os que recorreram a um empréstimo ao abrigo do Fundo de Garantia Mútua.

O número é “muito pequeno”, defende Luísa Cerdeira, especialmente quando se coloca em comparação com a realidade internacional. Portugal está entre os países onde o peso dos empréstimos é residual, ao lado da França e da Bélgica, por exemplo.

O Reino Unido é o país onde os empréstimos representam uma maior fatia da forma de financiamento dos estudantes no ensino superior, chegando a cerca de dois terços dos inscritos. Um sistema de income-contingent loans como o britânico também existe em países como a Nova Zelândia ou a Austrália, bem como nos Estados Unidos. Os estudantes norte-americanos têm ao seu dispor diferentes modalidades de empréstimos, com o Estado como fiador ou contratados directamente à banca.

No Japão, a esmagadora maioria dos alunos do ensino superior também financia o curso com recurso a empréstimos. No topo desta lista nos relatórios anuais da OCDE surge também a Noruega, onde mais de metade dos estudantes inscritos recorrem aos bancos para ter dinheiro para cumprir a sua formação universitária. Na Holanda e Suécia, cerca de metade dos alunos recorre a empréstimos, mas no caso do país escandinavo há uma particularidade: o Estado cobra um imposto de graduação anual ao diplomado quando este começa a trabalhar como forma de devolver o investimento feito na sua formação.
 

  



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