Costa diz que não é “impossível” câmara ficar com gestão da Carris e do Metro

Durante quase quatro horas, presidente e vereadores responderam às perguntas dos deputados municipais

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Dados divulgados este mês pela Carris dão conta de que foram mais de 41 mil as pessoas que deixaram de comprar o passe da terceira idade no primeiro semestre

António Costa afirmou esta terça-feira que acredita na possibilidade de se alcançar um entendimento com o Governo que permita à Câmara de Lisboa assumir a gestão da Carris e do Metropolitano de Lisboa, competência que o autarca socialista vem reivindicando há vários anos.

“Acho que estamos em tempo de chegar a acordo. Não vejo que seja impossível. Não vejo que seja garantido”, disse António Costa, numa reunião da Assembleia Municipal de Lisboa. Durante esta sessão, que se prolongou por cerca de quatro horas e que está previsto que se repita a cada três meses, os deputados puderam fazer perguntas ao presidente da câmara e aos seus vereadores.

O tema da concessão da Carris e do Metropolitano de Lisboa a privados foi levantado por Carlos Barbosa, do PSD, e por Mariana Mortágua, do BE. António Costa reafirmou que “os transportes públicos em Lisboa devem ser uma competência municipal”, mas recusou dar pormenores sobre a matéria, alegando que as conversações com o Governo estão em curso.

Mais sintética ainda foi a resposta do autarca socialista à intervenção do presidente da Junta de Freguesia do Areeiro, Fernando Braamcamp (PSD), que se queixou dos “72 meses” que já levam as obras na estação de metro da Praça Francisco Sá Carneiro. “Tem toda a razão, acontece que a obra não é da câmara”, limitou-se a responder António Costa.

Nesta reunião da Assembleia Municipal, a câmara foi questionada sobre outras obras, nomeadamente as de reparação de pavimentos e as de transformação das antigas piscinas do Areeiro, Olivais e Campo Grande em complexos desportivos concessionados a privados. Em relação às primeiras, o vereador das Obras fez saber que pediu às juntas de freguesia que identificassem as situações mais urgentes, sendo os passos seguintes o cálculo dos montantes necessários para as resolver e a elaboração de um cronograma das obras, processo que deverá estar concluído “no final do primeiro semestre”.

Quanto às piscinas, Jorge Máximo revelou que na Avenida de Roma “as obras estão a evoluir relativamente bem, depois do complicómetro que houve no passado”, mas admitiu que nos Olivais e no Campo Grande o caso é mais difícil. O vereador explicou que houve “problemas com o empreiteiro”, para os quais já terá sido encontrada “uma solução”, mas recusou dar mais pormenores até à concretização de uma reunião já agendada com a empresa a quem foi entregue a concessão destes dois espaços.

Também houve, por parte de Modesto Navarro, do PCP, perguntas à câmara sobre o futuro do Pavilhão Carlos Lopes. Tanto o vereador das Finanças, Fernando Medina, como o da Reabilitação Urbana, Manuel Salgado, frisaram que a transformação deste espaço num centro de congressos não passa por enquanto de uma possibilidade. “Não está fechado nenhum programa, estão a ser exploradas várias hipóteses”, disse o último, sublinhando a importância de se encontrar uma solução que não seja “megalómana”.  

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