Benfica e FC Porto voltam a encontrar-se nas meias-finais da Taça de Portugal, três anos depois da última ocasião em que tal sucedeu, naquele que será o primeiro de quatro clássicos que vão disputar-se até ao final da temporada. A visita que os “encarnados” farão na quarta-feira (21h, SP-TV1) ao Dragão será apenas o segundo encontro entre os dois rivais na época 2013-14 – na primeira volta do campeonato a equipa de Jorge Jesus recebeu e bateu os “dragões” por 2-0 –, mas o calendário ainda reserva outros três duelos. Um em Lisboa (a segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal, a 16 de Abril) e dois no Porto: a partida da última jornada da I Liga e a enguiçada meia-final da Taça da Liga, que continua sem data marcada. Tudo isto em menos de dois meses.

O total de clássicos entre Benfica e FC Porto em 2013-14 ainda pode ascender a sete, se os dois rivais avançarem para as meias-finais da Liga Europa e forem emparelhados pelo sorteio da competição. Caso tal venha a acontecer, a presente temporada igualará o que aconteceu em 1984-85, quando os dois rivais disputaram sete encontros. Mas isso só aconteceu devido às originalidades então previstas no regulamento da Supertaça: o título só ficou decidido após quatro jogos. O Benfica venceu 1-0 na primeira mão, mas os “dragões” responderam com uma vitória pelo mesmo resultado na segunda. No primeiro jogo do desempate, nas Antas, o FC Porto venceu por 3-0 e na segunda partida um golo de Futre selou a conquista dos “azuis e brancos”. Nessa época os dois rivais já se tinham defrontado duas vezes no campeonato (dois triunfos portistas) e ainda disputaram a final da Taça de Portugal (3-1 para o Benfica).

Para já, é garantido que vai igualar-se o registo de 2010-11, com cinco confrontos: um na Supertaça, dois no campeonato e dois na Taça de Portugal. Estes surgiram precisamente nas meias-finais, com o FC Porto de Villas-Boas a seguir em frente após perder 0-2 na primeira mão, em casa — na visita à Luz os “dragões” impuseram-se por 3-1.

Essa eliminatória só confirmou uma verdade dos confrontos entre os dois rivais – é que os golos estão garantidos. Nas provas a eliminar (Taça de Portugal, Taça da Liga ou Supertaça) não há lugar para calculismo e o marcador costuma funcionar sempre, com excepção de um par de empates 0-0 na Supertaça. Mas, com duas equipas cuja média de golos nesta época anda acima dos 1,8 golos/jogo, é praticamente garantido que haverá motivos para festejos nas bancadas. Ainda que, em 23 jogos no Dragão em provas a eliminar, o Benfica não tenha marcado golos em 11.

Contudo, há diferenças assinaláveis no estado de espírito com que os dois rivais enfrentam a partida de quarta-feira. O Benfica lidera a I Liga com sete pontos de vantagem sobre o Sporting e 12 face aos “dragões” (em 2010-11 era o FC Porto que seguia na frente, com 11 pontos de avanço sobre os “encarnados”, segundos mas com um jogo a menos). Jorge Jesus está empenhado em não repetir o final trágico da época passada, quando num curto lapso de tempo a equipa perdeu campeonato, Liga Europa e Taça de Portugal. Já os “dragões” viveram uma mudança técnica – Luís Castro rendeu Paulo Fonseca – e, tendo em conta o atraso acumulado na I Liga, irão certamente “agarrar-se” aos restantes troféus ainda em disputa.

A preparação para o duelo começou a meio-gás de ambos os lados, com os titulares nos jogos de domingo a serem poupados. Nos “dragões”, o defesa Maicon trabalhou condicionado, tendo Luís Castro chamado ao treino quatro elementos da equipa B. O avançado espanhol Lolo, da equipa secundária do Benfica, foi a novidade no treino dos “encarnados”.