A GNR de Vila Real realiza entre sábado e 14 de Maio, a operação "Proteger a Floresta 2014", para sensibilizar a população e reduzir o número de incêndios no distrito, onde arderam 22.000 hectares em 2013.

O capitão Eduardo Lima, chefe do Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) de Vila Real, disse hoje à Lusa que a operação antecede o período de maior ocorrência de fogos e tem como objectivo diminuir posteriormente o número de incêndios. "Vamos tentar evitar alguns dos incêndios que são provocados por negligência", afirmou. <_o3a_p>

Durante dois meses, os militares vão promover acções de sensibilização junto da população, principalmente aquela que reside nos concelhos onde se contabilizam mais fogos, em áreas agrícolas e confinantes com a floresta. Estas acções decorrerão em colaboração com as juntas de freguesia e associações locais. <_o3a_p>

Neste período e durante o patrulhamento, a GNR vai contactar também directamente com pessoas que estejam no terreno a realizar queimadas de forma a sensibilizá-las para os cuidados a ter. <_o3a_p>

Eduardo Lima explicou que algumas das questões a abordar pelos militares estão relacionadas com o uso do fogo, a realização de queimas e queimadas, a limpeza de combustíveis à volta de habitações (cinquenta metros), quando esta pode e deve ser feita, bem como alertar para comportamentos de risco, como lançamento de fogo-de-artifício ou uso de maquinaria. <_o3a_p>

O oficial explicou que esta operação visa tirar algumas dúvidas que ainda persistem, nomeadamente alertar para que existem restrições ao uso do fogo para queimas e queimadas mesmo fora dos períodos críticos e quando se verifica um índice de risco de incêndio elevado. Por exemplo, esclareceu, as queimadas requerem licenciamento municipal e só se podem realizar fora do período crítico e desde que não haja risco elevado ou muito elevado. <_o3a_p>

"Visamos principalmente resolver algumas questões ligadas a estes comportamentos negligentes que vão provocando vários incêndios no distrito. Anualmente calculamos uma percentagem que anda nos 50% dos incêndios que são causados por causas negligentes", salientou. <_o3a_p>

A operação "Proteger a Floresta 2014" tem ainda como público-alvo as crianças e jovens, pelo que algumas das acções de sensibilização decorrerão nos estabelecimentos de ensino. Serão ainda incluídas iniciativas que visam assinalar o Dia Mundial da Árvore, a 21 de Março.

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De acordo com Eduardo Lima, em 2013 contabilizaram-se 1.400 alertas no distrito de Vila Real, dos quais 761 foram incêndios, 193 reacendimentos, 143 falsos alarmes e 13 queimas e queimadas. A área ardida foi de 22.000 hectares. <_o3a_p>

As principais causas de fogo identificadas foram o vandalismo (274), renovação de pastagens (225), outras situações dolosas (32), queimadas ou limpeza de solo florestal (23), queimadas ou limpeza de solo agrícola (20), descuido com borralheiras (13), limpeza de caminhos, acessos e instalações (13) e fumar em circulação motorizada (9). <_o3a_p>

No ano passado, foram ainda detidos dois homens e identificados 99 suspeitos do crime de incêndio, e elaborados 94 autos de contra ordenação por comportamentos de risco associados ao uso do fogo e falta de limpeza de combustíveis. <_o3a_p>

Os concelhos com mais ocorrências foram Montalegre, Chaves, Vila Real, Valpaços, Vila Pouca de Aguiar e Boticas. <_o3a_p>