Assembleia Municipal de Oeiras aprova SATU até ao Cacém

O IOMAF e o PSD aprovaram na assembleia, com os votos contra de todas as outras forças políticas, a proposta que já tinham aprovado na câmara.

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Monocarril transportou em média 551 pessoas por dia, entre 2008 e 2012 Ana Banha/Arquivo

A extensão do monocarril de Oeiras até ao Cacém, no concelho de Sintra, implicará um investimento camarário de 10 milhões de euros e foi nesta terça-feira aprovada pela Assembleia Municipal de Oeiras.

Com os votos favoráveis do movimento independente Isaltino Oeiras Mais à Frente (IOMAF), que lidera a Câmara de Oeiras, e do PSD, a proposta refere-se ao compromisso autárquico de investir 10 milhões de euros, a repartir pelas três fases de extensão do Sistema Automático de Transportes Urbanos (SATU) até ao Cacém.

O documento especifica que o município só entrará com os dez milhões de euros se os fundos europeus financiarem 75% do total do investimento. O IOMAF diz que a Câmara de Oeiras está a cumprir o compromisso assumido de "tudo fazer para encontrar uma solução" para o SATU. "A nosso ver, isso passa por fazê-lo chegar ao Cacém se houver financiamento para isso. Se por algum motivo isto não for avante, que não seja atribuída à Câmara de Oeiras qualquer responsabilidade", acrescentou o líder da bancada, António Moita, citado pela agência Lusa.

De acordo com o social-democrata Valdemar Almeida, o projecto é "de vital importância para o concelho e toda a área metropolitana de Lisboa" e poderá ser uma solução para as dificuldades nos transportes públicos e para a mobilidade no concelho.

PS, CDS-PP, Bloco de Esquerda, PAN e CDU votaram contra, por defenderem que o SATU só tem prejudicado o concelho. "O SATU é um projecto falido, sem viabilidade. Não é um transporte atractivo para as pessoas", afirmou o líder da bancada do PS, Pedro Almeida. Já Pedro Jorge, do CDS-PP, considerou que este projecto é "uma fuga para a frente do executivo" e que "responsabilizar o Governo, se não forem aprovados os fundos comunitários, não deixa a câmara sem responsabilidade".
Para o líder da bancada comunista, Joaquim Cotas, esta "telenovela" deve "ter um fim", acrescentando que "continuar a pensar em levar o SATU até ao Cacém é uma utopia". Também para Feliciano Bernardo, do Bloco de Esquerda, "o SATU não é a opção correcta" . O deputado bloquista defendeu a elaboração de um estudo, no prazo de um ano, para se perceber quais as alternativas de transporte mais sustentáveis e com condições de financiamento.

O presidente da câmara, Paulo Vistas, lembrou,por seu lado, que prometeu aos eleitores que tudo faria para concretizar o projeto do SATU. "Não quero que fique nenhuma decisão por tomar. Se hoje tenho aqui esta proposta é porque tive uma reunião com o secretário de Estado dos Transportes e o presidente da Câmara de Sintra e não me foi dito que havia intenção de não apoiar este projecto", explicou.

O autarca sublinhou que os 10 milhões de euros previstos serão inscritos no próximo orçamento, portanto "está assegurada a responsabilidade da autarquia para concretizar o projecto".
De acordo com a autarquia, prevê-se que o SATU venha a atingir cerca de 30 mil passageiros.
A ligação ao Cacém, que permitirá interligar as linhas férreas de Sintra e Cascais, servirá os parques empresariais Lagoas Park e Taguspark, onde trabalham mais de 16 mil pessoas, e ainda os pólos do Instituto Superior Técnico e da Universidade Católica, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), e as zonas habitacionais de Porto Salvo, São Marcos e Cacém.

O SATU é gerido por uma sociedade formada pela Câmara de Oeiras (51%) e pela  empresa Teixeira Duarte (49%). No actual trajecto de cerca de 1,2 quilómetros entre Paço de Arcos e o centro comercial Oeiras Parque, o SATU regista uma média diária de 550 passageiros.
 
 
 
 

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