Médico português que foi sequestrado na Galiza ouvido na Guardia Civil

Recuperou a viatura e confirmou que não foi mal tratado

O médico de Arcos de Valdevez sequestrado na quinta-feira prestou nesta segunda-feira declarações no Comando de Pontevedra da Guardia Civil, onde recuperou a viatura topo de gama utilizada desde quinta-feira pelos sequestradores, que continuam a monte.

Sequestrado entre quinta e sexta-feira, até ser libertado num monte na Galiza, o médico foi ouvido pela Guardia Civil oficialmente pela primeira vez, entre as 18h10 e as 19h40, hora portuguesa, no âmbito da investigação em curso naquela força policial.

No final, em breves palavras aos jornalistas, o clínico, de 62 anos, enalteceu o trabalho desenvolvido pela Guardia Civil, admitindo não ter sido mal tratado pelos sequestradores durante as vinte horas em que esteve retido na sua viatura.
O médico foi vítima de um 'carjacking', com ameaça de armas de fogo, obrigado a fazer levantamentos bancários de "milhares de euros", conforme relatou pouco depois de libertado.

Os dois sequestradores, um galego com um longo cadastro criminal, de 45 anos, e um português de 32, poderão ter regressado a Portugal nas últimas horas. Uma possibilidade admitida à agência Lusa pelas polícias dos dois países.
"A GNR admite que estes dois elementos possam ter vindo ontem [domingo] a Portugal. Se ainda estão cá, não conseguimos dizer", disse fonte daquela força policial.

Pelas 18h de domingo, um morador da zona de Cossourado, freguesia de Paredes de Coura, de onde é natural o sequestrador português, alertou a GNR para a presença de ambos na localidade.

Segundo aquela força, foram mobilizados para o local mais de 20 militares, que revistaram três residências, mas sem confirmação da presença dos dois homens.

Durante o dia de segunda-feira, os dois sequestradores não voltaram a ser avistados em Portugal, disse a mesma fonte, mantendo a GNR um dispositivo de "vigilância mais atenta" em locais considerados "suspeitos", enquanto a investigação pertence à Polícia Judiciária.

A fronteira de Portugal com Espanha, à saída de Valença, estava guardada nesta segunda-feira por militares da GNR visivelmente armados e munidos com coletes à prova de bala, conforme a Lusa constatou no local.

O facto de os dois assaltantes serem já conhecidos da opinião pública, pela publicação nos dois países das respectivas fotografias, é para a GNR um elemento que pode facilitar a detecção dos suspeitos.

Ambos estarão em fuga, segundo as autoridades espanholas, com outra viatura topo de gama furtada na Galiza no fim-de-semana.

O carro utilizado durante o sequestro, devolvido hoje ao médico português, foi recuperado no domingo à noite pela Guardia Civil, depois de abandonado pelos dois homens em Redondela, na Galiza.

Ao suspeito galego são imputados mais de 50 delitos, alguns dos quais com recurso a grande violência e com uso de armas de fogo, tendo sido detido 42 vezes pela Guardia Civil.

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