Contra a desconfiança, o segundo Brasil de Scolari está a começar bem

Brasileiros vencem Japão por 3-0 no jogo de abertura da Taça das Confederações, com um grande golo de Neymar logo a abrir. Espanha entra em competição neste domingo frente ao Uruguai.

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Neymar marcou o primeiro golo do Brasil Ueslei Marcelino/Reuters
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Festa nas bancadas Jorge Silva/Reuters
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Neymar após sofrer uma falta Kai Pfaffenbach/Reuters
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Dilma e Blatter foram assobiados durante os discursos Kai Pfaffenbach/Reuters
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Hulk mostrou bons pormenores Kai Pfaffenbach/Reuters

Não se pode dizer que o primeiro dia da Taça das Confederações tenha corrido na perfeição. Dilma Roussef, presidente do Brasil, e Sepp Blatter, presidente da FIFA, foram assobiados nos seus discursos no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, palco do jogo de abertura que havia sido rodeado durante o dia por centenas de manifestantes. E, segundo relatos da imprensa brasileira, não havia comida nos bares do recinto, só água, cerveja e refrigerantes. Mas tudo isso passou para segundo plano porque o Brasil fez o que lhe competia, vencendo o Japão, por 3-0, na primeira jornada do Grupo A e mostrando que as desconfianças sobre a qualidade deste “escrete” são exageradas.

Sempre que esta selecção de Luiz Felipe Scolari tiver Neymar em campo haverá a forte possibilidade de haver espectáculo e foi precisamente isso que o novo craque do Barcelona ofereceu aos 70 mil adeptos brasileiros presentes logo ao segundo minuto deste jogo, que foi dirigido pelo árbitro português Pedro Proença. Cruzamento de Marcelo na esquerda, Fred amortece a bola com o peito para Neymar e este desfere um potente remate de fora da área, sem qualquer hipótese para o guardião nipónico Kawashima. Poucos minutos decorriam e já havia motivos para a festa, dentro de campo, nas bancadas e no banco “canarinho”. “Felipão”, como é seu hábito, foi muito efusivo.

Neymar é mesmo aquele com quem os brasileiros contam para conquistar esta Taça das Confederações e para lançar uma séria candidatura à conquista do Mundial do próximo ano, mas, nesta sua primeira demonstração competitiva, o Brasil mostrou que não é só Neymar. O ex-portista Hulk terá também dado um grande passo para ser considerado como um jogador que merece estar na selecção, evidenciando os dotes que já todos conhecem menos os próprios brasileiros: força, velocidade, mobilidade e grande capacidade de remate.

O golo madrugador teve o mérito de fazer com que o Brasil exercesse um domínio tranquilo do jogo, com margem de manobra suficiente para ir atacando, mas sem perder o norte defensivo — bom entendimento da dupla de centrais David Luiz/Thiago.

O Japão de Alberto Zaccheroni, campeão asiático, pouco mostrava e nem a sua principal “estrela”, o avançado do Manchester United Shinji Kagawa, pareceu particularmente inspirado.

O marcador no Mané Garrincha só voltou a funcionar na segunda parte, e também aos dois minutos. Daniel Alves faz o cruzamento, Paulinho, médio do Corinthians, recebeu e bateu o guardião japonês pela segunda vez. Já em tempo de compensação, Jô fez o 3-0 após passe de Óscar, confirmando o triunfo brasileiro nesta segunda estreia competitiva de Scolari como homem-forte de uma selecção que conduziu até ao título mundial em 2002. Desta vez também está a começar bem.

Neste domingo, no segundo dia, a Espanha faz a sua estreia no torneio frente ao Uruguai no Arena Pernambuco, enquanto México e Itália se defrontam no Rio de Janeiro.

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