Autarca da Lousã “desagradado” pela falta de respostas sobre Metro Mondego

Socialista Luís Antunes adverte Governo que, se tardar a tomar uma decisão, "podem acontecer situações radicais".

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Passos Coelho referiu como alternativa possível a criação de uma rede de autocarros eléctricos, mas não se alongou em explicações Paulo Ricca/Arquivo

O presidente da Câmara da Lousã mostrou-se “desagradado” pela falta de resposta aos ofícios enviados no início de Março ao Governo pedindo, até final daquele mês, informações “concretas, seguras e definitivas” sobre o projecto Metro Mondego.

As obras no Ramal da Lousã estão suspensas desde 2010, lembrou Luís Antunes, para quem, “depois dos compromissos assumidos, é tempo de definir e objectivamente anunciar a concretização das obras de implementação do metro ligeiro superfície, em que moldes e em que horizonte temporal”. O presidente da Câmara da Lousã frisou que o primeiro-ministro, Passos Coelho, prometeu, antes de ser eleito, “encontrar rapidamente uma solução para o Ramal da Lousã, quando já existiam dificuldades financeiras e estava assinado o memorando com a troika”.

“As dificuldades financeiras não podem desculpar tudo. É preciso que o primeiro-ministro honre o seu compromisso, pois não se trata de um projecto novo e, se as obras já iniciadas não tiverem continuidade, serão desaproveitados os cerca de 140 milhões de euros que já foram investidos”, sublinhou o autarca. Segundo Luís Antunes, “os 140 milhões despendidos são provenientes do esforço nacional, pelo que só há uma opção razoável: dar continuidade aos trabalhos”. “Esperemos brevemente que as questões técnicas possam ser resolvidas e rapidamente possa haver uma posição do Governo, caso contrário podem acontecer situações radicais”, advertiu o socialista.

O Ramal da Lousã foi desactivado há três anos, no âmbito do projecto Metro Mondego, estando concluída parte das empreitadas entre Alto de São João (Coimbra) e Serpins (Lousã), correspondentes à primeira fase do projecto, e que representam um investimento de cerca de 150 milhões de euros, incluídos num montante global de 447 milhões. Falta avançar com as obras até Coimbra B e com os trabalhos de colocação de plataformas na via, dos carris, bem como de toda a catenária (sistema de alimentação eléctrica) - que foram suprimidos no final de 2010, pelo anterior Governo - nas duas empreitadas parcialmente concluídas.

O sistema de metro ligeiro de superfície deverá operar na área dos municípios de Coimbra, Miranda do Corvo e Lousã, numa extensão de 41,9 quilómetros e um total de 43 estações.

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