Cerca de 70 estradas cortadas e duas localidades continuam isoladas devido ao mau tempo

Santarém é o distrito mais afectado pelas cheias e inundações.

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Cheias em Águeda, distrito de Aveiro Adriano Miranda
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Caudal dos rios subiu e inundou zonas de cais Adriano Miranda
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Cheias deixaram casas rodeadas de água Adriano Miranda
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Caminhos inundados em Águeda Adriano Miranda
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Águeda Adriano Miranda
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Águeda Adriano Miranda

Perto de 70 estradas cortadas ou totalmente inundadas de Norte a Sul do país, devido a deslizamentos de terras e inundações, e duas localidades isoladas: é este o balanço mais recente da Protecção Civil sobre os efeitos do temporal dos últimos dias. O Governo garante estar a acompanhar a situação e promete avaliar “eventuais danos”.

Segundo o ponto de situação feito às 16h30, no total estão cortadas 68 estradas nos distritos de Aveiro, Braga, Coimbra, Évora, Lisboa, Leiria, Portalegre, Santarém, Setúbal e Viseu. Este número não inclui acessos aos cais e portos que permanecem inundados depois da forte chuva que caiu durante o fim-de-semana.

“Estamos a acompanhar no terreno a evolução das situações afectadas em estreita articulação com as autarquias, a Protecção Civil e demais autoridades competentes”, disse à Lusa, esta tarde, fonte do ministério da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território. “Em sede própria será feita uma avaliação concertada dos eventuais danos”, acrescentou.

Os deputados do PS eleitos por Leiria vão enviar ao ministério de Assunção Cristas um requerimento a pedir que o Fundo de Protecção dos Recursos Hídricos seja accionado "de imediato" para minimizar os prejuízos do mau tempo que se verificaram naquele distrito.

A ideia é “acudir aos problemas de regularização do rio [Lis]” e, ao mesmo tempo, “permitir a candidatura imediata de entidades públicas e privadas, por forma a verem minorados os graves prejuízos que esta situação lhes acarretou”, defendem os parlamentares, segundo a agência Lusa.

Santarém é o distrito mais afectado
O distrito de Santarém é o mais fustigado pelas cheias e inundações: há 36 estradas cortadas, segundo a Protecção Civil. A população de Reguengo do Alviela, no concelho de Santarém, está isolada desde sábado devido ao corte da Estrada Nacional (EN) 365, na Ponte do Alviela. Os dois barcos dos bombeiros de Pernes são as únicas formas de contactar com os cerca de 30 moradores, a quem ainda não faltaram os bens essenciais, segundo garantiu à Lusa o comandante José Viegas.

Ainda neste distrito, no concelho de Constância, estão submersos o parque de estacionamento e o parque de campismo que ficam próximos do rio Zêzere, e ainda parte da Baixa da Vila. No município de Vila Nova da Barquinha, está parcialmente submerso o cais de Tancos. Em Abrantes, a praia fluvial de Alvega e a respectiva casa de apoio estão também inundadas, bem como a Fonte dos Touros e a Marginal em Rossio ao Sul do Tejo, e ainda uma passadeira de cimento, locais habitualmente frequentados para pesca e parte de um jardim em Barreiras do Tejo.

No concelho da Golegã há registo de diversos campos agrícolas inundados, bem como na margem esquerda do rio Sorraia, no município de Coruche.

Mais a Sul, ao início da tarde permanecia isolado o lugar de Enxara, em São João Batista, no concelho de Campo Maior, distrito de Portalegre, de onde cerca de 60 pessoas tiveram de ser retiradas durante a noite e madrugada, devido à subida do nível das águas. As pessoas estavam acampadas junto ao rio Xévora, perto da Ermida de Nossa Senhora da Enxara, onde anualmente se realiza uma festa religiosa.

Em Setúbal, os bombeiros tiveram de resgatar ao início da tarde o condutor de uma viatura que terá desrespeitado a proibição de circular na EN 543 de São Romão, que se mantém cortada devido a inundação.

Outra situação que tem motivado a preocupação das autoridades é o isolamento da povoação de Valonguinho, na freguesia de Barrô, concelho de Resende, distrito de Viseu, na sequência do desabamento de parte da estrada municipal que dá acesso àquela localidade.

Previsões animadoras
As previsões para os próximos dias são mais animadoras, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). Nos próximos dez dias não estão previstos períodos de chuva forte. “As quantidades de precipitação expectáveis para os próximos dias serão bastante inferiores [do que as registadas nos últimos dias]”, disse à Lusa a meteorologista Ângela Lourenço.

A meteorologista explica que na próxima quarta-feira, “com a passagem de um sistema frontal”, poderá cair “chuva forte”, mas será “uma situação de apenas um único dia”.

Para os próximos dez dias, o IPMA prevê a queda de precipitação nesta segunda-feira, “em regime de aguaceiros”, na terça-feira “pouco frequente e também em regime de aguaceiros”. Sexta-feira, sábado e domingo serão dias sem chuva, mas na terça-feira e quarta-feira da próxima semana haverá “um agravamento das condições meteorológicas, nas regiões do litoral Norte e Centro”.

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